
O policial civil Flávio Pacca, consultor de segurança de Wilson Witzel (PSC), governador do Rio de Janeiro, foi preso, nesta quinta-feira (28), por ter praticado extorsão contra um dono de uma oficina, em 2017.
Flávio Pacca atua como conselheiro informal do governador na questão de segurança. Durante a campanha eleitoral, era visto frequentemente nos carros de som junto de Witzel. Em um vídeo, repediu duas vezes à câmera: “a gente tem uma história juntos”.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pediu e a Justiça expediu mandado de prisão, cumprido pela Polícia Civil contra Flávio e mais três policiais que participaram da extorsão. Dois deles, Hélio Ferreira Machado e Tiago Pereira, não foram localizados pela polícia e estão sendo procurados. O outro, Ricardo Canavarro, já estava preso.
As investigações ocorrem no âmbito da terceira fase da Operação Quarto Elemento, parceria da Corregedoria Civil com o Grupo de Atuação Especializada em Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP-RJ.
O grupo levou os donos de uma oficina mecânica em Nova Iguaçu, baixada fluminense, até a 52ª DP, também em Nova Iguaçu, a fim de obter R$ 10 mil para liberá-lo.
O bando tinha informantes. No caso da oficina, a organização criminosa foi informada de que o estabelecimento contava com instalações ilegais de água e luz. Na loja, foram encontradas as instalações ilegais de água e um Siena roubado. O carro, porém, não foi apreendido.
Com os donos do estabelecimento levados para a DP, os policiais tiraram seus celulares, e, a sós em uma sala, exigiram R$ 50 mil para que fossem liberados. As vítimas afirmaram não ter o dinheiro.
Os policiais afirmaram que não deixariam a oficina em paz se os donos não aceitassem “dar um dinheiro para eles”.
O valor acordado foi de R$ 10 mil, em duas parcelas. Somente depois do pagamento as vítimas tiveram seus celulares devolvidos.
Homenagem
Flávio Pacca recebeu, em 2005, uma moção da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), a pedido do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.

A homenagem aconteceu após uma operação da Polícia Civil que resultou na morte do traficante Bem-Te-Vi.
“Este policial foi um dos responsáveis por ‘recuperar’ esse marginal, visto que a sociedade tem a certeza de que ele nunca mais estará apto a viciar o filho de ninguém, nem a levar o terror aos cidadãos fluminenses”, escreveu Flávio Bolsonaro, justificando a homenagem.
Em suas redes sociais, Flávio Pacca publicou fotos ao lado do governador Wilson Witzel, do senador Flávio Bolsonaro (PSL) e do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB).