O ex-assessor parlamentar Job Ribeiro Brandão, que trabalhou com o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o deputado Lúcio Vieira Lima, ambos do PMDB, afirmou em depoimento à Polícia Federal já ter contado cédulas de dinheiro, em envelopes que continham de R$ 50 mil a R$ 100 mil, a pedido de Geddel.
Job Brandão foi preso no curso das investigações que encontraram R$ 51 milhões em dinheiro no apartamento cedido ao ex-ministro em Salvador. A Polícia Federal encontrou digitais dele nos sacos plásticos que envolviam as notas. Digitais de Geddel também foram encontradas no material.
O assessor contou que os pedidos para que contasse o dinheiro, que recebia em envelopes pardos, passaram a ter maior frequência a partir de 2010, quando passou a receber de Geddel ‘dinheiro na residencia da mãe’ do peemedebista’, para que o contasse. Ele revelou ainda que ‘o dinheiro era apresentado, em regra, em envelopes pardos e as somas giravam em torno de R$ 50.000,00 a R$ 100.000,00’. Segundo Job, ‘a contagem era feita, em regra, em sala reservada que funcionava como gabinete’.
Ele disse ainda ter manuseado dinheiro de um posto de combustíveis ligado à família.
Ainda de acordo com reportagem do jornal “Estado de S. Paulo”, em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira (7), Job Ribeiro Brandão afirmou que Geddel e Lúcio ficavam com a maior parte do seu salário de servidor público, na faixa de 80%, em uma proporção equivalente a R$ 8 mil.