É a investigação do esquema de candidaturas laranjas em Minas Gerais, montado por Marcelo Álvaro Antonio, para desviar recursos públicos do fundo eleitoral
Um assessor especial e dois ex-assessores do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, foram presos, em Brasília e em Minas Gerais, na manhã da quinta-feira (27), pela Polícia Federal.
Mateus Von Rondon Martins, assessor especial no Ministério do Turismo e braço-direito de Álvaro Antonio, foi um dos presos. Além dele, Roberto Silva Soares, conhecido como Robertinho Soares, e Haissander Souza de Paula também foram presos.
Eles auxiliaram Marcelo Álvaro Antonio no esquema das candidaturas laranjas do PSL em Minas e atuaram na campanha eleitoral que elegeu o ministro do Turismo deputado federal mais votado.
As prisões estão relacionadas com a investigação sobre as candidaturas de laranjas do PSL, partido de Bolsonaro, na eleição de 2018.
Os mandados de prisão temporária e de busca e apreensão foram autorizados pela Justiça de Minas Gerais. Foram apreendidos computadores e telefones celulares.
O esquema de candidaturas de fachada do PSL mineiro para desviar recursos públicos do fundo eleitoral começou a ser investigado pela Polícia Federal em fevereiro, quando as denúncias vieram à tona.
Em Minas Gerais, quatro candidatas receberam R$ 279 mil do fundo eleitoral e gastaram pelo menos R$ 85 mil com empresas ligadas aos assessores do atual ministro. Somadas, as candidatas tiveram apenas 2.074 votos. As candidatas foram Lilian Bernardino, Milla Fernandes, Débora Gomes e Naftali Tamar.
Algumas ex-candidatas denunciaram o esquema e implicaram o ministro diretamente na armação. Uma delas foi Zuleide Oliveira, que afirmou ter recebido a proposta de lavar R$ 45 mil diretamente de Marcelo Álvaro Antônio. Dos R$ 60 mil que iria receber, R$ 45 mil teriam que ser devolvidos para o esquema do ministro.
A deputada federal do PSL, Alê Oliveira, prestou depoimento à Polícia Federal, em maio (13), em Belo Horizonte, e afirmou que o ministro do Turismo “orquestrou” o esquema. “Confirmei a forma como eu cheguei até o esquema, e da minha convicção de que ele tenha sido orquestrado pelo ministro”, disse a deputada.
Ela denunciou ainda que foi ameaçada pelo ministro do Turismo e que após ter feito as denúncias passou a sofrer intimidações de todo o tipo.
Ela reiterou que fez uma análise das contas das quatro candidatas que fizeram a denúncia inicialmente e confirmou a fraude. “Vi que tinham recebido valores expressivos do fundo de campanha, e que esse dinheiro teria sido repassado para empresas de propriedade de assessores de Marcelo Álvaro”, afirmou.
Apesar das denúncias cada vez mais fortes e graves, Bolsonaro mantém o ministro em seu governo.
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