AstraZeneca aceitou oferta dos fabricantes da vacina russa Sputnik V e testará aplicação das duas em conjunto na busca de reforçar a vacina inglesa, que alcança 70% de eficácia
O laboratório inglês, AstraZeneca, aceitou a proposta dos criadores da vacina russa, Sputnik V, para o teste de uma possível combinação de seus antígenos na busca de reforço da vacina produzida pela AstraZeneca que apresentou uma eficácia média de 70% (na faixa de 62% a 90% para diferentes aplicações).
A AstraZeneca, em declaração nesta sexta-feira (11), anunciou o aceite da proposta russa e afirmou que essa combinação pode ser “um passo importante na geração de proteção mais ampla”.
“Hoje anunciamos um programa de ensaios clínicos, para avaliar a segurança e imunogenicidade da combinação de AZD1222, o vírus atenuado produzido pela AstraZeneca e Universidade de Oxford, com a Sputnik V, esta última, desenvolvida pelo Instituto de pesquisa russo Gamaleya”, especificando que os testes serão aplicados em pessoas de 18 anos ou mais.
A empresa britânica já irá iniciar os ensaios clínicos até o final deste ano, tendo em vista que o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), financiador da Sputnik V, comunicou que a eficácia da mesma gira em torno de 95%.
A combinação consistirá em uma primeira aplicação da vacina inglesa em voluntários e uma segunda aplicação com uma das componentes da Sputnik V, a que traz como vetor o adenovírus Ad26.
Por seu lado, a empresa russa destaca que a Sputnik V está entre “as vacinas mais eficazes e seguras” do mundo e que a sua combinação com a AstraZeneca pode trazer uma eficácia maior ao produto britânico.
A proposta feita pela Rússia para a empresa britânica, segundo os diretores do RDIF, fundo de investimentos que apoia as pesquisas e produção da Sputnik V,“é um exemplo da abordagem proativa da Rússia”. O RDIF, ressalta que “aqueles que desejam produzir vacinas com a tecnologia de dois vetores”, encontram na Sputnik V uma das mais eficazes contra a covid19.
A Rússia também comemora a imunização de mais de 150 mil pessoas com a Sputnik V, sendo Moscou a primeira a receber a vacinação.
A prioridade recai sobre a população que faz parte das áreas de saúde, educação, atendentes sociais e que tenham entre 18 e 60 anos.