Ata do Copom diz que economia continua estagnada

Foto: Divulgação

Mesmo com a economia se arrastando a passos de tartaruga, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, através da ata de sua última reunião divulgada na terça-feira (26), que é importante “observar o comportamento da economia brasileira ao longo do tempo” e que “esta avaliação demanda tempo e não deverá ser concluída a curto prazo”.

Leia-se, os juros reais continuarão no mesmo patamar, isto é, no espaço sideral. Na última reunião, o Copom manteve a taxa nominal de juros básicos (Selic) em 6,5% ao ano.

De acordo com a ata, “a economia segue operando com alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego”.

Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em fevereiro, a Utilização da Capacidade Instalada estava em 66%, o que demonstra que a atividade industrial segue em baixa.

Por outro lado, o desemprego atinge 12,7 milhões de brasileiros. Não por acaso, mais de 15 mil pessoas se aglomeraram no Centro de São Paulo, na terça-feira (26), ante uma oferta de 6 mil vagas, com salário médio de R$ 1.500.

Os membros do Copom “confirmaram o arrefecimento da atividade no quarto trimestre de 2018, cujo ritmo correu aquém do esperado”.

Conforme o Comitê, “as projeções recuaram desde a divulgação das Contas Nacionais para o último trimestre do ano passado, refletindo, em boa medida, o nível mais baixo para o PIB [Produto Interno Bruto] ao fim de 2018”.

O PIB fechou o ano passado com uma variação de apenas 1,1%.

Apesar de reconhecer a queda da atividade, o Banco Central, culpou Deus e o diabo pelo pífio resultado do ano passado: greve dos caminhoneiros, piora do ambiente externo e a incerteza das eleições presidenciais.

Agora, os juros reais na estratosfera, o corte nos investimentos, privatização, a desnacionalização/desindustrialização e o arrocho salarial não têm nada a ver com isso.

“Os membros do Copom avaliam que esses choques devem ter reduzido sensivelmente o crescimento que a economia brasileira teria vivenciado na sua ausência”, dizem na ata.

O governo Bolsonaro é a continuidade da política de terra arrasada dos governos Dilma/Temer, que levou o país à maior recessão de sua história.

Estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) estima um crescimento médio anual do PIB do Brasil de apenas 0,9% entre 2011 a 2020, o que seria o mais baixo dos últimos 120 anos.

Esse é o resultado da política neoliberal adotada nesse período.

VALDO ALBUQUERQUE

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