Ataque de Kiev à usina “traz risco de acidente nuclear”, alerta diretor da AIEA

Usina nuclear que é alvo dos nazistas de Kiev buscando causar um desastre nuclear (Divulgação)

Rafael Grossi, diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), afirma que os ataques ucranianos realizados no domingo (07) contra a central nuclear russa de Zaporozhie, a maior da Europa, são uma “clara violação dos princípios básicos de proteção” de centrais nucleares

A central nuclear localizada na cidade de Energodar, região de Zaporozhie, território que se juntou à Rússia por decisão plebiscitária em setembro de 2022, foi novamente alvo de ataques pelo regime de Kiev. Desta vez o ataque foi por meio de drones que atingiram áreas não críticas, como o refeitório, o porto de carregamento e a cúpula do sexto bloco de energia.

Segundo a assessoria de imprensa da usina, o ataque não comprometeu a segurança da instalação nem alterou o nível de radiação, mas poderia ter atingido locais que causassem vazamentos radioativos.

“Nosso objetivo aqui é evitar um acidente nuclear. Cada vez que essas situações ocorrem estamos perto disso, então não é um cenário artificial ou inventado”, declarou Grossi.

A AIEA confirmou que os ataques não comprometeram a segurança nuclear, mas alertou “este é um incidente grave com potencial para minar a integridade do sistema de contenção do reator”. Grossi assinalou que houve pelo menos três acertos contra as estruturas de contenção do reator seis. “Tais ataques imprudentes aumentam significativamente o risco de um acidente nuclear grave e devem cessar imediatamente. Isso não pode acontecer”, ressaltou.

Com seis reatores de água pressurizada VVER-1000 e uma capacidade total de 6.000 megawatts, a usina de Zaporozhie é a maior da Europa. Os seus seis reatores estão fechados para minimizar o risco da sua exposição ao conflito armado em curso. As tropas ucranianas bombardeiam regularmente a Energodar e o complexo da fábrica adjacente.

NINGUÉM SE BENEFICIA COM ATAQUES CONTRA ESSAS INSTALAÇÕES”

“Como disse diante do Conselho de Segurança da ONU e do Conselho de Governadores da AIEA, ninguém se beneficia ou obtém qualquer vantagem militar ou política a partir de ataques contra instalações nucleares”, frisou Grossi. Ele também acrescentou que discutiu com o presidente russo, Vladimir Putin, “o plano de médio prazo, o futuro e o que poderia acontecer” na fábrica.

“Os reatores nucleares da usina não estão funcionando e não estão produzindo eletricidade. Ou seja, os ataques não podem causar qualquer dano ao sistema de abastecimento de energia das novas regiões [da Rússia]”, acrescentou Aleksandr Uvarov, especialista em energia nuclear e chefe do Atominfo Center, organismo dedicado à engenharia de energia nuclear na Rússia e no exterior.

Porém, alertou sobre as potenciais repercussões relacionadas com a radiação, que, segundo ele, poderiam “afetar a todos, incluindo aqueles que vivem nos territórios controlados pelo lado ucraniano”.

TERRORISMO NUCLEAR

“A comunidade mundial é obrigada a reconhecer e responder ao ato de terrorismo nuclear do regime de Kiev”, afirmou a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova,  em seu canal do Telegram.

No texto, a diplomata indagou “quantas vezes mais as Forças Armadas ucranianas devem disparar contra a usina nuclear de Zaporozhie para que o Ocidente e o monstro Zelensky parem de repetir este ato que pode ser mortal?”

“Estarão Biden, Macron, Scholz e outros defensores da vida selvagem cientes de que seu escudeiro em Bankova [rua em que fica localizado o gabinete presidencial da Ucrânia] pode não deixar nada após sua passagem?”, questionou Zakharova.

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