De acordo com o governador da região de Zaporozhye, Evgeny Balitsky, o correspondente da agência RIA Novosti, Rostislav Zhuravliov, morreu quando as forças ucranianas atingiram o veículo de imprensa com munições de fragmentação. Outros três jornalistas ficaram feridos
O correspondente militar da agência russa RIA Novosti, Rostislav Zhuravliov, foi morto em um bombardeio ucraniano com bombas de fragmentação atiradas contra um grupo de jornalistas que preparava matérias sobre o uso pela artilharia ucraniana de munições desse tipo, também chamadas de cluster [aglomerado] ou de dispersão, condenadas por mais de 120 países, informou o Ministério da Defesa de Moscou neste sábado.
Além disso, o fotojornalista do mesmo meio, Konstantin Mikhalchevsky, ficou ferido, assim como dois correspondentes do jornal russo Izvestia. De acordo com o jornal, um deles teve uma perna quebrada e ferimentos por estilhaços nas pernas, estômago e costas, enquanto o outro teve vários ferimentos por estilhaços e uma fratura pélvica.
O bombardeio ocorreu perto da cidade de Piatikhatky, onde o grupo de jornalistas viajava em um carro civil. De acordo com o governador em exercício da região de Zaporozhye, Evgeny Balitsky, Zhuravliov morreu quando as forças armadas ucranianas atingiram o veículo com munições de fragmentação.
“Com imenso pesar, o corpo jornalístico também está sofrendo perdas. Esta já é a segunda vítima para nós: nosso fotógrafo Andrei Stenin foi o primeiro a cair pela verdade logo no início da guerra em Donbass. Rostislav era um profissional muito experiente, ele era o primeiro a chegar às áreas mais perigosas: Mariupol, Volnovakha, Lisichansk, Volchansk, Kupyansk, e ele era sempre o primeiro a transmitir informações precisas e importantes”, assinalou Dmitry Kiselev, diretor-geral do jornal Rossya Segodnya.
“Mas acreditamos que tais sacrifícios não são em vão, pois tanto o Exército quanto os correspondentes de guerra defendem ideais elevados”, comentou Kiselev, expressando as mais profundas condolências à sua família e entes queridos.
“ESTE CRIME RECAI SOBRE UCRÂNIA E EUA”
“O uso de munições de fragmentação é desumano e deve ser excluído da prática de operações de combate. E todas as garantias de norte-americanos e ucranianos sobre a ausência de planos de usar essas armas contra não combatentes acabaram sendo pura mentira. A responsabilidade por esse crime é igualmente da Ucrânia e dos Estados Unidos”, escreveu o vice-presidente do Conselho da Federação (Senado da Rússia) Konstantin Kosachov em seu canal no Telegram.
O político russo também descreveu a morte do correspondente do Sputnik como “notícia monstruosa”.
Os Estados Unidos ultrapassam todos os limites ao fornecer munições de fragmentação que “estão matando jornalistas”, sublinhou.
“Eu me pergunto o que o público americano vai pensar de seu país cruzando todas as linhas morais em uma tentativa inútil de salvar o regime corrupto de Kiev, que está desmoronando”, questionou no Twitter o vice-representante permanente da Rússia na ONU, Dmitri Poliansky. Nesse sentido, garantiu que a classe política norte-americana “aparentemente só pode dar lições aos outros”.
“Tudo indica que o ataque ao grupo de jornalistas não foi realizado por acaso”, disse a representante da chancelaria russa, Maria Zakharova, reagindo ao assassinato do correspondente militar.
Ela observou que as estruturas internacionais devem optar, como sempre, por fechar os olhos para esse crime hediondo cometido por Kiev.
“Aqueles que forneceram munições de fragmentação aos seus protegidos em Kiev compartilharão toda a responsabilidade, e os responsáveis pelo massacre brutal serão punidos”, adicionou.
Margarita Simonyan, editora-chefe da agência Rossya Segodnya, expressou suas condolências.