
O Monitor de Direitos Humanos Euro-Mediterrâneo (Euro-Med), de Genebra, denunciou o ataque dos EUA ao porto iemenita de Ras Isa, que causou dezenas de vítimas, incluindo pessoal médico, como “um crime de guerra”.
O Ministério da Saúde do Iêmen informou no sábado (19) que 80 iemenitas foram mortos no ataque ao porto petrolífero no país árabe.
A A Euro-Med enfatizou que o ataque aéreo dos EUA contra o porto de Ras Issa, no Iêmen, constitui uso ilegal da força, pois não tem nenhuma base legal reconhecida pelo direito internacional.
A organização humanitária exigiu uma investigação independente para garantir total responsabilização e evitar novos ataques que coloquem vidas civis em risco.
A Euro-Med responsabilizou os EUA por não tomar quaisquer medidas de precaução para proteger civis e reduzir danos. Sequer um aviso prévio às autoridades, à equipe ou às autoridades portuárias relevantes, apesar de estarem totalmente cientes da natureza civil do local.
“Essas ações sugerem potenciais violações graves do direito internacional humanitário que não podem ser justificadas por motivos militares”, enfatizou o monitor humanitário, assinalando que o uso de munição pesada contra uma instalação civil implica em um desrespeito deliberado ao risco de um grande número de vítimas.
O uso da força contra tal infraestrutura, especialmente quando não havia necessidade clara disso, “causou sérios danos à população civil e enfraqueceu ainda mais a capacidade de importação de combustível do Iêmen”.
Em relação às operações militares iemenitas no Mar Vermelho contra navios ligados a Israel, em solidariedade aos palestinos de Gaza, o Euro-Med observou que Washington deveria adotar uma “resposta diplomática para lidar com a crise subjacente”, mas escolheu a escalada militar como único curso de ação, ao mesmo tempo em que aumentou seu apoio político e militar a Israel.
“Dessa forma, Israel foi autorizado a continuar cometendo genocídio na Faixa de Gaza com impunidade. Esta abordagem dos EUA reflete claramente os padrões duplos de sua política externa, onde a intervenção militar é justificada sob o pretexto da segurança regional, enquanto na prática exacerba os conflitos armados, agrava as crises humanitárias e prolonga o sofrimento dos civis”, enfatizou a declaração.
Só nas últimas 24 horas, foram 13 ataques aéreos norte-americanos contra o Iêmen, um dos países mais pobres do mundo.