No mês, o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, ficou praticamente estagnado (0,1) em relação a setembro (0,9%)
A atividade econômica brasileira desacelerou na passagem de setembro para outubro deste ano, segundo dados do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), do Banco Central (BC), divulgados nesta sexta-feira (13). Em outubro, o indicador considerado como prévia do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), cresceu 0,1% em relação ao mês anterior (0,9%), na série com ajuste sazonal.
No trimestre encerrado em outubro, o IBC-Br marcou alta de 1,2% em relação ao trimestre anterior. Nos últimos 12 meses até outubro, o avanço foi de 3,4%, enquanto no ano, houve um crescimento de 3,7%.
Desde setembro deste ano, o BC vem elevando o nível da taxa de juros da economia (Selic), com o objetivo de barrar o ritmo de crescimento da economia, com a justificativa de combater a inflação – que ao longo de todo este ano se manteve comportada e dentro do centro da meta do governo.
Somado os resultados das três últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC – que ocorrem a cada 45 dias -, a taxa Selic foi elevada em 1,75 ponto percentual, subindo de 10,50 para 12,25% no final deste ano,
Com o peso do aperto monetário do BC, os principais setores da economia brasileira já apresentam perda de desempenho. Em outubro deste ano, a produção industrial recuou 0,2% ante ao mês imediatamente anterior (setembro, +1%).
Indignado com a criminosa ação do BC de aumentar a Selic em mais 1 ponto na última quarta-feira (11), decisão que colocou o nível da taxa nominal nos astronômicos 12,25% ao ano, o diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi, classificou a decisão do BC como “um sequestro da agenda de crescimento econômico”. “Não faz o menor sentido essa elevação da taxa de juro, sobretudo essa sinalização de um crescimento futuro”, condenou. O Copom apontou para mais duas altas de um ponto percentual na próximas duas reuniões em 2025.
Lucchesi defende que “o Brasil precisa fazer uma discussão mais ampla sobre essa política contracionista. Nós vamos entrar no 35º mês com uma taxa de juros restritiva e contracionista. Isso significa menos emprego, menos crescimento, menos investimento, menos prosperidade”, denunciou o empresário, em entrevista ao programa Em Ponto da Globo News.
Em nota publicada na quarta-feira (11), a CNI destacou que a atividade econômica brasileira desacelerou no terceiro trimestre deste ano.
“O Banco Central ignora a desaceleração da atividade econômica, já observada no PIB do terceiro trimestre, e a tendência de redução de juros nas principais economias globais, como os Estados Unidos, que partem para o terceiro corte seguido nos juros na próxima semana”, declarou a entidade, após a divulgação do comunicado do BC.
Por outra via, tanto o setor de serviços quanto o de varejo tiveram quedas nos seus ritmos de crescimento no último período. No 10º mês de 2024, as vendas no comércio varejista variaram próximas de zero, com alta de 0,4% sobre o mês anterior (0,6%), enquanto o volume de serviços aumentou 1,1% em outubro ante setembro (1%), com quedas nas modalidades de serviços prestados às famílias(-0,1%) e outros serviços prestados às famílias (-15,6%).