Emprego no setor também recuou, aponta a Sondagem da Construção da CNI de fevereiro
A atividade e o emprego na indústria da construção voltaram a registrar queda em fevereiro, aponta a pesquisa Sondagem da Construção realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Ao avaliar a atividade, a CNI registra que o índice ficou em 46 pontos no mês passado, o que indica uma involução sobre janeiro. O índice varia de 0 a 100 pontos, quando abaixo da média de 50 pontos, revela queda.
O mesmo movimento foi visto no índice de emprego do setor, que ficou em 47,6 pontos em fevereiro. De acordo com a CNI, apesar da queda na atividade e empregados, os índices de fevereiro estão acima da média história para o mês.
A Utilização da Capacidade Operacional (UCO), que mede o nível de atividade em relação à capacidade do setor, caiu um ponto percentual entre janeiro e fevereiro de 2023, para 65%. Mesmo assim, a CNI registra que se manteve superior à média histórica para o mês, de 61,9% de utilização.
JUROS ALTOS
Os juros altos têm sido um grande entrave para diversos setores da economia e atinge em cheio a construção, já que paralisa a capacidade de investimento e dificulta o acesso ao crédito para aquisição de imóveis, particularmente para as famílias que mais precisam, por exemplo.
Na Sondagem da Construção de janeiro, os juros haviam sido apontados pelos empresários ouvidos na pesquisa como o principal problema da indústria da construção.
Além de ditar o ritmo de investimentos, as altas taxas de juros também têm papel importante sobre a redução da produção e da demanda, segundo a CNI.
A produção atingiu o menor índice desde 2017, segundo a Sondagem Industrial da CNI. No centro desse cenário, estão juros em patamares elevados, cujos efeitos colaterais passam por uma maior inadimplência e redução do poder de compra do brasileiro, diz a CNI.
“O endividamento e a inadimplência, relativamente altos, fazem com que algumas famílias paguem juros mais altos e sofram com a redução de renda disponível”, aponta a entidade.