Uma operação policial prendeu, nesta terça-feira (27), jogadores, ex-atletas e dirigentes do futebol espanhol, investigados por “organização criminosa, corrupção entre particulares e lavagem de dinheiro”.
A investigação apura um esquema de manipulação de resultados em partidas da primeira e segunda divisão do Campeonato Espanhol. Entre os presos estão os ex-atletas do Real Madrid, Raúl Bravo, que é dado como líder do esquema, e Carlos Aranda.
Segundo a imprensa espanhola, 11 pessoas foram presas por acusação de manipular resultados de jogos na temporada passada e na atual para obter benefícios em apostas. A operação deflagrada pela Polícia Nacional da Espanha partiu de investigação pedida pelo órgão que dirige os torneios (La Liga).
Além dos ex-jogadores do Real Madri, também foram detidos: Borja Fernández, ex-jogador do Valladolid; Íñigo López, atleta do Deportivo de La Coruña; Agustín Lasaosa, presidente de Huesca; e Juan Carlos, Galindo chefe do departamento médico do Huesca. O meia-atacante Samuel Sáiz, atleta espanhol do Leeds United que está emprestado ao Getafe, também foi preso.
A La Liga afirma que procurou as autoridades policiais após denúncias de manipulação de um jogo da segunda divisão espanhola realizado em maio do ano passado, mas não forneceu detalhes sobre as equipes envolvidas no confronto e nem sobre os jogadores acusados de cometer este tipo de prática ilegal.
“Estamos trabalhando nisto há muito tempo. Estamos há mais de um ano com isto. Não podemos contar nada porque existe um sigilo de processo, e a polícia está fazendo seu trabalho. Isso é muito doloroso porque afeta um clube que eu amo, mas o mais importante, o essencial, é acabar com a corrupção no futebol”, disse Javier Tebas, presidente da liga espanhola.
Segundo a imprensa local ainda, uma derrota do Huesca na temporada passada para o Gimnástic, por 1 a 0, na segunda divisão, deu início às suspeitas. No decorrer da partida, quando o placar ainda marcava 0 a 0, casas de apostas suspenderam a cotação graças a entrada de uma grande quantia a favor da vitória do Gimnastic, que na época estava 29 pontos atrás do Huesca. O gol veio no segundo tempo.
Reincidência
Este não é o primeiro caso de manipulação de partidas revelado na Espanha. No ano passado, 20 acusados foram detidos pela suspeita de terem utilizado jogadores de clubes da terceira divisão para provocar situações como pênaltis ou escanteios.
Em 2017, cinco pessoas ligadas ao Deportivo Eldense também foram presas após uma derrota considerada suspeita de 12 a 0 para o Barcelona B.