“Não nos vão enganar. Queremos paz na Bolívia. Evo foi o nosso melhor presidente, sempre esteve ao lado do povo, ao lado dos mais humildes. Evo, estamos com você”, proclamou Richard Choque, um dos bolivianos presentes que deu seu depoimento no ato que lotou a frente do Consulado da Bolívia em São Paulo, nesta terça-feira, dia 12.
Choque denunciou um dos cabeças dos golpistas, que se caracterizou por sua ojeriza aos indígenas e ao primeiro presidente indígena boliviano: “Fora Camacho racista. Nos dói muito o que estão fazendo com a Bolívia. Hoje a Bolívia está sofrendo. Não ao golpe”.
Ele e outros bolivianos presentes ao ato se pronunciaram em repúdio a agressão sofrida por Evo e foram seguidos por sindicalistas, líderes estudantis e de partidos políticos.
Sergio Magalhães (Carioca), diretor de Relações Intersindicais Sindicato dos Metroviários informou que “a diretoria do nosso sindicato se reuniu hoje e decidiu por unanimidade repudiar o golpe que acaba de ocorrer na Bolívia”.
“A bandeira dos Aymará, dos Quechua, dos indígenas bolivianos será a bandeira erguida por toda a América Latina”, prosseguiu Sergio.
“Estamos solidários com este bravo povo e seu dirigente Evo Morales que foi golpeado por se contrapor aos interesses do imperialismo norte-americano. Deposto agora por um bando de fascistas a serviço de enriquecer entregando as riquezas do país aos interesses estrangeiros e das grandes corporações. São os interesses das multinacionais que estes fascistas representam”, denunciou o líder sindical.
Cada declaração era seguida por palavras de ordem como “Bolívia unida jamais será vencida! O povo unido jamais será vencido!” e “Evo amigo o povo está contigo”.
Outro boliviano, Gustavo Calizaya, também expressou a dor de seu povo com o golpe: “Até hoje o povo não tinha conhecimento do que é justiça. Hoje conhecemos o que é um governo justo, nós nos unimos, nessa luta é pela igualdade. Atacam Evo para tirar um presidente que é do povo”.
Bianca Borges, diretora de Relações Internacionais da União Nacional dos Estudantes, destacou: “Atacaram a Evo por não aceitarem um projeto que favorece o povo. Um projeto que estava trazendo o progresso junto com a melhora das condições de vida do povo boliviano. Um governo que buscava a independência para o povo dando mais poder a seus indígenas”.
“Ao agredirem Evo, ao golpearem Evo, agridem uma verdadeira e legítima democracia. Nossa solidariedade ao povo da Bolívia, nossa solidariedade aos estudantes bolivianos”, prosseguiu a líder dos universitários brasileiros.
“Quando defendemos a democracia da Bolívia sentimos claramente que a luta dos povos da América Latina é uma só. Quando dão um golpe como este na Bolívia estão golpeando a todos nós em nossa luta por liberdade e soberania”, finalizou Bianca.
Wander Geraldo, presidente do PCdoB no município de São Paulo, denunciou que “o golpe que aconteceu na Bolívia, perpetrado pelos fascistas que agrediram este país irmão, foi um golpe com a participação do imperialismo norte-americano”.
Wander ressaltou que “a Bolívia teve, com Evo, os maiores índices de crescimento do Continente Latino-Americano durante anos consecutivos. Um governo que valorizou a vida dos trabalhadores. Um governo que buscou construir o desenvolvimento do país em acordo com os interesses de seu povo” e proclamou, sob aplausos: “A luta do povo boliviano é a luta do povo brasileiro. Não ao imperialismo! Viva o povo boliviano!”
Veja vídeo do ato: https://www.facebook.com/leonardo.wexellsevero/videos/2656272217763432/?t=0