
Centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos se manifestaram neste 7 de Setembro, na Praça da República, em São Paulo, contra a anistia para Bolsonaro e os golpistas e em defesa da soberania nacional.
Bonecos infláveis do ex-presidente Jair Bolsonaro e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, além de faixas e cartazes em defesa da soberania nacional, se somaram à manifestação, que contou com a presença dos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Luiz Marinho (Trabalho); do presidente nacional do PT, Edinho Silva; dos deputados federais Orlando Silva (PCdoB), Guilherme Boulos e Érika Hilton (PSOL), entre outras lideranças.
“O governador de São Paulo passou a semana inteira em Brasília, pressionando o Congresso para votar anistia. Deixe de ser vagabundo e vá trabalhar, Tarcísio! E pode anotar: nós estamos virando esse jogo. É na rua que nós vamos ajudar Lula a impulsionar as mudanças que o Brasil precisa. Romper com essa política econômica que tentam impor como uma camisa de força no nosso presidente. Mas ele precisa de nós. Precisa de nós na rua, para que o Brasil caminhe para frente”, afirmou Orlando Silva, conclamando a palavra de ordem: Sem anistia e sem perdão, eu quero ver Bolsonaro na prisão!”.

O deputado federal Guilherme Boulos também condenou o “papel lamentável de Tarcísio”. “Ele acha que ninguém está vendo, ele acha que o povo não está vendo isso”, disse Boulos repudiando ainda os ataques dos EUA ao Brasil, que mostraram realmente quem defende o Brasil e quem “conspira contra o país”.
Em sua fala, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que a Constituição brasileira é clara e não permite “nem anistia nem indulto” para crimes contra a pátria. Segundo Marinho, “o Congresso Nacional tem que assumir a sua responsabilidade. Se votarem projeto inconstitucional, será vetado e o STF irá analisar”.

“BRASIL NÃO É COLÔNIA”
“Bem disse o presidente Lula nesse 7 de Setembro: O Brasil não é colônia, jamais será colônia”, afirmou Adilson Araújo, presidente da CTB. “Há 203 anos, nas margens do Ipiranga, ecoava o brado retumbante de um povo que não aceitava a condição de submissão a Portugal. O grito de liberdade, de independência ou morte, se espalhou por todo o Brasil e segue atual”.
O dirigente sindical também defendeu mudanças no rumo da economia para garantir o crescimento do país, mais consumo das famílias e justiça social. “Nós conquistamos na Constituição de 1988 a jornada de trabalho de 44 horas. Mas as empresas estão ganhando desavergonhadamente e, com isso, temos que botar fim nesse demônio da escala 6 x1. Há uma necessidade de reduzir a jornada de trabalho para gerar mais emprego”.
“Ao mesmo tempo em que se isenta em R$ 5 mil no Imposto de Renda, temos que tratar também da questão dos juros. Uma taxa de juros de 15% é indigesta, maltrata a economia, retrai os investimentos, retrai o consumo das famílias. É por isso que nós temos que enfrentar essa batalha, até porque não é mais o Roberto Campos Neto. Agora é o Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula. Portanto, não tem esse negócio de autonomia do Banco Central. Temos que elevar o tom se a gente quer viver melhor e comer melhor”, conclamou Adilson.


O presidente da CUT, Sérgio Nobre, também defendeu punição para Bolsonaro e golpistas e, segundo ele, assim como “isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, taxação dos super-ricos, fim da escala 6×1, redução da jornada de trabalho sem redução de salário e contra pelotização irrestrita”, a luta pela soberania também “faz parte da pauta dos trabalhadores”.
Em seu pronunciamento, o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, destacou que esse 7 de Setembro se tornou “data símbolo de luta pela soberania nacional e contra a anistia para criminosos”. O sindicalista também reforçou a defesa de direitos, como a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil, a valorização do SUS e o fim da escala 6×1. “O povo unido jamais será vencido. Viva o Brasil!”, disse.
A soberania nacional também foi destaque na fala do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, que também pediu o fim da escala 6×1 e completou: “nós queremos também que baixem os juros do Brasil”.

“BOLSONARO E GOLPISTAS NA CADEIA”
Para Bianca Borges, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), “somos milhares em defesa de uma soberania popular pelo nosso país, uma soberania que não aceita os mandos e desmandos de Donald Trump, uma soberania em que as trabalhadoras e os trabalhadores tenham direitos, uma soberania com fim da escala 6×1, com justiça tributária para que quem ganha mais contribua melhor para a agenda de direitos do nosso país, uma soberania com Bolsonaro e todos os golpistas na cadeia”.
“Nesse Dia da Independência do Brasil, nós seguimos nas ruas defendendo o nosso país contra qualquer tipo de ingerência estrangeira. Os estudantes sempre foram os verdadeiros patriotas e defensores das cores da bandeira nacional e hoje não é diferente”, declarou Bianca.
“Exigimos que Bolsonaro e todos os responsáveis pela tentativa de golpe sejam responsabilizados, porque a democracia e a independência do Brasil não se negociam. Nossa missão é fortalecer a soberania nacional, defender a democracia, garantir o desenvolvimento da pátria e exaltar a riqueza da nossa cultura. Persistimos conscientes de que ainda há novas batalhas a serem travadas para construir um Brasil verdadeiramente livre, soberano e justo”, declarou Valentina Macedo, presidente da União Nacional dos Estudantes de São Paulo (UMES-SP).