Seguidores de Jair Bolsonaro realizaram mais uma manifestação esvaziada no domingo (21), em Brasília, contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.
Os manifestantes se concentraram em frente ao Museu Nacional da República, próximo à Esplanada dos Ministérios. A Polícia Militar do Distrito Federal impedia a chegada dos bolsonaristas ao Congresso Nacional, ao STF e ao Palácio do Planalto.
Bolsonaro e ministros não participaram do ato.
Entre as faixas que carregavam era possível ver os pedidos de “intervenção federal” no STF e a nomeação de novos ministros “concursados e indicados pelo nosso presidente”. Uma grande faixa dizia “China! Não interfira na política do nosso país! O Brasil é um país livre” em português, inglês e chinês.
Outras manifestações golpistas também foram registradas em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Mas também inexpressivas.
Em Brasília, um grupo contra o governo de Jair Bolsonaro também se manifestou. Em um local diferente, com o distanciamento sendo mantido pela polícia, eles defendiam a democracia e pediam o impeachment de Bolsonaro.
Na manhã do domingo, a Polícia Civil do DF cumpriu mandados de busca e apreensão em um dos pontos de apoio do grupo “300 do Brasil”, que estava organizando manifestações golpistas, como a que imitava a Ku Klux Klan e a que jogou fogos de artifício contra o STF.
No início da semana, seis deles, incluindo Sara Giromini, foram presos numa operação da PF autorizada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Conhecida como Sara Winter – nome escolhido em homenagem à espiã nazista, amiga íntima de Adolf Hitler – a miliciana já havia ameaçado os ministros do Supremo Tribunal Federal, além de participar do ataque com fogos de artifício à sede da Corte na noite de sábado.
Durante toda a tarde de sábado (13) o bando, de cerca de 30 pessoas, protestou desarvoradamente na Esplanada dos Ministérios por ter seu acampamento desmontado pela Polícia Militar do Distrito Federal a mando do governador, Ibaneis Rocha (MDB).
Num determinado momento, eles tentaram, inclusive, invadir o Congresso Nacional depois de subir a rampa que dá acesso à parte superior das duas casas. Foram impedidos pela polícia legislativa, acionada prontamente pelo presidente do Senado, senador David Alcolumbre (DEM).
Na noite do mesmo sábado, o grupo, que foi caracterizado pelo Ministério Público do DF, como “milicia armada’, organizou a encenação simbólica do ataque ao STF com fogos de artifício. Ao mesmo tempo em que atacavam a Corte os membros do grupo gritavam frases contra ministros do Supremo e contra o governador de Brasília.
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou Sara Fernanda Giromini por injúria e ameaças contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
Sara “ofendeu o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, atingindo-lhe a dignidade e o decoro, utilizando-se de meio que facilitou a divulgação das injúrias; bem como ameaçou o ofendido de causar-lhe mal injusto e grave”, disse o procurador Frederick Lustosa, que assinou a denúncia.
Na terça-feira (16), com a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), a PF realizou a Operação Lume, cumprindo 21 mandados de busca e apreensão em endereços de políticos, blogueiros e empresários acusados de financiar os atos golpistas e disseminaram fake news.
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito, determinou ainda a quebra de sigilo bancário de 11 parlamentares para apurar o financiamento das manifestações contra a Corte e o Congresso Nacional.
Foram quebrados os sigilos bancários dos deputados federais Alê Silva (PSL-MG), Aline Sleutjes (PSL-PR), Bia Kicis (PSL-DF), Cabo Junio do Amaral (PSL-MG), Carla Zambelli (PSL-SP), Caroline de Toni (PSL-SC), Coronel Girão (PSL-RN), Daniel Silveira (PSL-RJ), Guiga Peixoto (PSL-SP) e Otoni de Paula (PSC-RJ) e do senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ).
Todos eles estiveram envolvidos e estimularam as manifestações golpistas e fake news contra o STF.
O inquérito que corre no STF, que tem Alexandre de Moraes como relator, investiga o financiamento, produção e disseminação de fake news e ataques contra a Corte.