O atual X foi um dos meios e protegeu criminosos que vazaram dados de agentes da Polícia Federal que trabalhavam nas investigações de crimes de Jair Bolsonaro e da tentativa de golpe de estado.
A rede social, propriedade do bilionário de extrema-direita Elon Musk, decidiu ignorar decisões judiciais para bloquear as contas que estavam vazando dados, ameaçando e coagindo os policiais federais.
Segundo matéria do UOL, na decisão de suspender o serviço do X no Brasil, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relatou que a PF comprovou a “participação criminosa e organizada de inúmeras pessoas para ameaçar e coagir delegados federais que atuam ou atuaram nos procedimentos investigatórios contra milicias digitais e a tentativa de golpe de Estado”.
“As redes sociais — em especial a ‘X’ — passaram a ser instrumentalizadas com a exposição de dados pessoais, fotografias, ameaças e coações dos policiais e de seus familiares”, escreveu o ministro.
O inquérito, que ainda é sigiloso, foi aberto no dia 18 de março, após agentes terem sofrido ameaças e vazamento de dados pessoais na internet.
Diversos perfis na rede social “passaram a aderir à campanha de intimidação dos policiais federais, iniciada por Allan dos Santos, por meio do envio de e-mails anônimos, de exposição de dados pessoais, de publicações de fotografias dos policiais e/ou de seus familiares em redes sociais”.
Allan dos Santos é um blogueiro bolsonarista que fundou o site Terça Livre, utilizado para atacar, com fake news, adversários de Jair Bolsonaro e disseminar mentiras sobre a pandemia de Covid-19. Ele está escondido nos Estados Unidos.
Um dos que aderiu à campanha de intimidação foi o senador Marcos do Val (Podemos-ES), que disse ter acesso aos dados dos policiais federais “que atuaram nos casos em curso no STF, em face dos quais teria um amplo dossiê de cometimento de crimes” no cumprimento de ordens.
O X se recusou a bloquear o perfil de Marcos do Val e vários outros envolvidos nesse vazamento de dados, ignorando a decisão do Supremo. Mais tarde, a rede social demitiu seus funcionários e fechou o escritório para não pagar a multa de R$ 18 milhões que acumulara.
Segundo o UOL, os dados do ministro Alexandre de Moraes foram acessados no sistema da Justiça pelos hackers que vazaram dados de agentes da PF.
Entre janeiro e março de 2024, os dados de Moraes foram consultados pelo menos sete vezes no Infoseg, que é um sistema nacional de informações de órgãos e de segurança, justiça e fiscalização.
O sistema reúne informações como endereço, telefone de contato, nome do pai e mãe, registros de veículos, eventuais processos judiciais e eventuais armas em nome do agente público.
Todos esses dados de Alexandre de Moraes foram verificados por agentes públicos lotados em São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Alagoas e Distrito Federal.
A Polícia Federal está investigando se as senhas desses funcionários públicos foram obtidas por hackers para realizar a invasão ao sistema.