Nos três primeiros anos do desgoverno Bolsonaro, PIB brasileiro variou 0,59%, em média. No mundo, o resultado foi de 1,54%
Entre 2019 e 2021, a economia brasileira teve um crescimento em média de 0,59% ao ano, frente a um avanço mundial de 1,54%, segundo um estudo feito pelo economista Sergio Gobetti, com base em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), a pedido do Estadão, divulgado no último domingo (19).
De acordo com o levantamento, o Brasil ocupa a 32.ª posição num ranking de crescimento econômico de 50 países nos últimos três anos. Mesmo com o surgimento da pandemia de Covid-19 neste triênio, a economia dos EUA cresceu 1,45% ao ano; os países da Zona do Euro, 1,25%; e a Ásia, 2,17%. A China, epicentro da pandemia, cresceu 5,4% no período.
“Costumávamos falar que os anos 1980 haviam sido a década perdida pelo fato de a economia brasileira ter crescido menos de 2% ao ano, mas agora descobrimos que a verdadeira década perdida é a que estamos vivendo”, observou Gobetti.
Os dados apontados pela sondagem desmentem a falácia de Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, em meio às eleições, de que a economia está “bombando”, que se recuperou em “V”, entre outros adjetivos que buscam fugir da realidade da estagnação econômica que o país vive, com alto nível de desemprego, inflação elevada, crescimento da pobreza, com mais de 33,1 milhões de pessoas passando fome.
A série histórica do FMI revela que, em comparação à economia global, a melhor fase para o país nas últimas duas décadas foi na segunda metade dos anos 2000, entre 2007 e 2010, quando o PIB brasileiro cresceu 4,6% ao ano, ante 1,87% no mundo. Cabe lembrar que, neste intervalo de tempo, ocorreu a crise financeira mundial de 2008.