Libertação de jovens palestinos traz à tona cruel prisão prolongada de crianças por Israel

Ahmad Manasra, quando detido aos 13 anos de idade. Agora com 21 é um dos detentos que seus pais esperam ver livre das prisões israelenses (Ahmed Gharabli-AFP)

Os adolescentes agora libertados nas negociações Israel-Hamas foram presos quando estavam na faixa de 12 a 13 anos de idade e perderam sua infância nestes infames cárceres

Mais um grupo de 30 adolescentes deixou as prisões israelenses nesta segunda-feira (27). Eles estavam detidos desde ainda crianças. A recepção por seus familiares foi sempre regada a lágrimas de alegria, particularmente nos rostos de suas mães e pais quando de volta ao lar de onde haviam sido subtraídos em plena infância.

O vídeo divulgado pelo ativista palestino Mustafá Barghoutti mostra um pouco destes momentos:

A atual libertação de jovens presos nas masmorras israelenses traz à tona a cruel detenção prolongada de crianças e menores palestinos sob o jugo do Estado de Israel.

Uma libertação que entrou no quarto dia de trégua depois de 50 dias de criminoso bombardeio contra civis na Faixa de Gaza e que trouxe para casa dezenas de presos nesta condição, ou seja, crianças que perderam sua infância sob cárcere da potência ocupante.

De acordo com o levantamento da organização Clube de Presos Palestinos, esses adolescents agora livres nasceram entre os anos 2005 e 2007.

Muitos destes estão presos durante anos por “crimes” como manifestação proibida, pichações ou acusados de atirarem pedras sobre as tropas da ocupação e usurpação.

Levantamentos de organizações de apoio a prisioneiros palestinos mostra que, a cada ano, de 500 a 700 crianças na idade de 12 a 17 anos são presas, interrogadas e muitas vezes levadas a julgamento de onde saem condenas a anos de prisão em Israel.

Atualmente há nas prisões israelenses 7.200 prisioneiros palestinos dos quais 250 são crianças e destas 26 estão presas sem condenação ou mesmo acusação formalizada e, portanto, sem noção do tempo que ficarão presas e sem poder recorrer a defesa jurídica.

Um dos presos ainda amargando a cadeia israelense é Ahmad Manasra. Segundo o portal News Arab, em 2015, ele e seu primo foram atacados por colonos em uma agressão na qual seu primo acabou morrendo e ele foi preso por reagir ao ataque.

Ahmad, que tinha 13 anos de idade quando preso, foi submetido a tortura física e psicológica incluindo dois anos de confinamento em solitária.

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