
As cidades de Guarulhos, Lins e Suzano sediaram audiências públicas, no último final de semana, reunindo trabalhadores e parlamentares contra a privatização da Sabesp, enviada por Tarcísio de Freitas à Assembleia Legislativa (Alesp).
Em Guarulhos, a audiência contou com a presença do deputado estadual Márcio Nakashima (PDT) e do vereador Leandro Dourado (PDT), que repudiaram o projeto e colocaram seus gabinetes “à disposição da luta contra a privatização da companhia”.
Durante a audiência – que reuniu também o Sindicato dos Metalúrgicos, o Observatório dos Direitos à Água e ao Saneamento (Ondas) e a Agência de Desenvolvimento e Inovação de Guarulhos (Agende) – os participantes lembraram que as experiências de privatização do saneamento fracassaram no Brasil e no mundo, destacando que 256 cidades espalhadas pelo mundo que reestatizaram os serviços.

Em Lins, representantes do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores da Sabesp) enfatizaram a importância do papel social que a Sabesp tem cumprido, inclusive para a saúde pública. Dentre as ações praticadas pelas estatal, o tema do subsídio cruzado foi especialmente abordado. “A Sabesp dá certo por causa das políticas que pratica. Entre elas, o subsídio cruzado que faz com que as regiões de maior rentabilidade garantam o investimento em municípios menos rentáveis. Além do subsídio cruzado, a companhia pratica tarifas sociais e ações que permitiram assegurar o direito ao saneamento à população como foi nos casos da crise hídrica e da pandemia do coronavírus”, destacaram os trabalhadores da Sabesp.
“Não há argumentos que justifiquem a privatização da companhia”, disse José Faggian, presidente do Sindicato. “Tarcísio quer transformar uma empresa lucrativa em deficitária, que não vai investir no saneamento e nem na saúde da população. A empresa privada visa ao lucro. Essa é a lógica da iniciativa privada”, continuou Faggian.
A Prefeitura de Hortolândia também se manifestou sobre a privatização da empresa, afirmando, em nota, afirmando que o argumento apresentado pelo governador de que a privatização viabilizará a universalização é falsa. De acordo com a prefeitura, o atual contrato de concessão com a companhia, que vence em 2027, “já estabelece as metas de 100% de abastecimento de água, 100% de coleta de esgoto e 100% de tratamento de esgotos para 2025, portanto, quatro anos antes das metas do Estado”.