O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita (Sindifisco) divulgou uma nota de repúdio em resposta a declaração do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que atendendo aos desígnios eleitoreiros de Bolsonaro, esta semana defendeu o reajuste aos policiais federais, deixando de fora os 90% de servidores públicos que estão com salários congelados há cinco anos.
“Nossa paciência chegou ao fim”, declarou o sindicato em nota.
“O deputado em questão declarou que os sindicatos de servidores públicos precisam se entender porque um dia chegaria a vez das categorias que, em princípio, não serão contempladas no Orçamento Anual de 2022. Em outras palavras, o líder do governo federal nos pede paciência e recomenda que as categorias não contempladas peguem uma ‘senha’ e se dirijam para o ‘final da fila’”, afirma a entidade.
Os auditores fiscais, que lutam especialmente pela implementação do Bônus de Eficiência, contra o corte de R$ 1,2 bilhão no orçamento da Receita Federal e “a necessidade de realização urgente de concurso público” no órgão, afirma que o Bônus é uma dívida antiga que o governo federal tem com os auditores
A nota diz ainda que “além de infeliz e desrespeitosa”, a fala de Ricardo Barros “serve tão somente para acirrar o sentimento de revolta e indignação entre os Auditores-Fiscais”.
Desde que Bolsonaro resolveu privilegiar os policiais em detrimento das outras categorias na aprovação do Orçamento 2022, em dezembro, os auditores-fiscais foram os primeiros a protestar, com deflagração de greve, realização de operação-padrão nos postos alfandegários em portos, fronteiras e aeroportos em todo o país, e a inédita entrega de cargos comissionados no órgão, que até o momento já alcançou mais de 70% dos cargos de chefia, e prometem “intensificar a atual mobilização” até que haja alguma resposta do governo às suas reivindicações.