Em março, IPCA atingiu 0,93%. Foram aplicados sucessivos reajustes nos preços da gasolina e do óleo diesel nas refinarias entre fevereiro e março e isso acabou impactando os preços de venda para o consumidor final nas bombas. O mesmo aconteceu com o gás, que teve dois reajustes nas refinarias nesse período, acumulando alta de 10,46%, diz o IBGE
De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de março, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (9), os aumentos nos preços dos combustíveis e do gás de botijão, autorizados pelo governo Bolsonaro, fizeram com que a inflação alcançasse o seu o maior resultado para um mês de março desde 2015, quando foi registrada inflação de 1,32%. O IPCA, índice oficial da inflação, passou de 0,86%, em fevereiro, para 0,93% em março.
No acumulado de 12 meses, o indicador apontou alta de 6,10%, acima dos 5,20% acumulados até fevereiro.
Os principais impactos vêm dos aumentos nos preços de combustíveis (11,23%) e do gás de botijão (4,98%), diz o IBGE. “Foram aplicados sucessivos reajustes nos preços da gasolina e do óleo diesel nas refinarias entre fevereiro e março e isso acabou impactando os preços de venda para o consumidor final nas bombas. A gasolina nos postos teve alta de 11,26%, o etanol, de 12,59% e o óleo diesel, de 9,05%. O mesmo aconteceu com o gás, que teve dois reajustes nas refinarias nesse período, acumulando alta de 10,46%, e agora o consumidor percebe esse aumento”, disse o gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov.
No ano, a gasolina acumula alta de 21,75%, o etanol alta de 23,77%, o óleo diesel alta de 17,93% e gás de botijão, 11,56%.
Na semana passada (5), a direção da Petrobrás divulgou que o preço do gás natural para as distribuidoras terá aumento de 39% a partir do dia 1º de maio, o que deve pressionar ainda mais a inflação para cima, comprometendo ainda o poder de compra das famílias brasileiras no próximo período, em que a pandemia da Covid-19 continuará afetando a economia e o auxílio emergencial que poderia ajudar a atenuar a crise teve seu valores reduzidos, em média, para R$250, sendo que a maioria irá receber apenas R$ 150.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta em março: Transportes (+ 3,81%); Habitação (+ 0,81%); Artigos de residência (+ 0,69); Vestuário (+ 0,29); e Alimentação e bebidas ( +0,13%). Ficaram no vermelho, o grupo Educação (-0,52%), após a alta de 2,48% observada no mês anterior.
O resultado dos Transportes deve-se, principalmente, à alta nos preços dos combustíveis (+11,23%). Já o resultado da Habitação, o segundo maior impacto sobre o IPCA, veio do gás de botijão (4,98%), que acumula alta de 20,01% nos últimos 12 meses. Também pode-se apontar a energia elétrica (+0,76%), entre os principais fatores para a nova disparada do IPCA.
O indicador mostrou queda de 0,17% nos preços dos produtos para alimentação no domicílio, que foi puxado principalmente pelo recuo nos preços do tomate (-14,12%), da batata-inglesa (-8,81%), do arroz (-2,13%) e do leite longa vida (-2,27%). Por outro lado, avaliando os últimos 12 meses, os preços do Óleo de soja e do arroz acumulam altas de 81,73% e 63,56%, na ordem. A batata-inglesa (+24,64%) e o leite longa vida (15,75%) constam no rol dos produtos que mais subiram no período.
Em março, ovo de galinha (+3,55), pão francês (+1,36), e carnes (+0,85%) também seguiram em alta. Nos 12 meses, carnes e pão francês acumulam altas de 31% e 5,84%, respectivamente.
Já o ovo de galinha variou próximo da casa dos dois dígitos (+9,31). O ovo é um dos itens mais usados pelas famílias para substituir a carne – que no governo Bolsonaro passou a ser artigo de luxo.