Os metalúrgicos da empresa de autopeças Indebrás montaram acampamento na fábrica, na zona oeste de São Paulo, após o anúncio da empresa do encerramento de suas unidades com a venda para o grupo AJC, “especializado em gestão de dívidas de empresas em crise”. O anúncio foi feito no dia 3 de abril e desde então 150 trabalhados permanecem acampados na unidade com suas famílias, revezando em três turnos.
A empresa fornecia para diversas montadoras, que ainda têm peças no local.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, a empresa demitiu todos os funcionários e recusa-se a quitar as dívidas trabalhistas. “Alguns estão há três meses sem salários. Outros foram demitidos há mais de um ano e não receberam suas verbas rescisórias”, disse David Martins, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
“Vamos lutar com todas as nossas forças para garantir os direitos dos trabalhadores. Vamos persistir nesta luta, sem trégua”, afirma Miguel Torres, presidente do sindicato.
Os sindicalistas reuniram-se com a advogada do Grupo AJC para discutir as demandas dos trabalhadores, com compromisso de retornar com alguma proposta da empresa para buscar resolver o conflito.
“O pessoal quer trabalhar ou receber, têm salários atrasados desde janeiro”, disse Érlon Souza Lorentz.
“Nosso jurídico está trabalhando para que as próximas conversas sejam no Tribunal Regional do Trabalho. É preciso garantir que os empregados da Indebrás recebam aquilo que têm direito”, afirma David Martins, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos.
Para conseguir dar conta das necessidades básicas de alimentação dos trabalhadores no acampamento composto por 15 barracas, foram feitas parcerias com empresa de fornecimento de cestas básicas e botijões de gás. “O povo está se virando nos 30 para vir pra cá”, disse Érlon Souza.