
Eles foram indicados pelos advogados dos réus Fabrício Moreira de Bastos e Ronald Ferreira de Araújo Júnior, integrantes do chamado “núcleo 3”
Militares apontados como autores de carta apócrifa que visava pressionar comandantes das Forças Armadas a aderirem ao golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder não compareceram à audiência da ação penal que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal), nesta terça-feira (22).
Arrolados como testemunhas de defesa no processo que investiga a chamada trama golpista, os militares Alexandre Castilho Bitencourt da Silva, Anderson Lima de Moura e Carlos Giovani Delevati Pasini foram convocados a depor, mas não justificaram ausência nem apresentaram dispensa formal ao STF.
Eles foram indicados pelos advogados dos réus Fabrício Moreira de Bastos e Ronald Ferreira de Araújo Júnior, integrantes do chamado “núcleo 3” da organização criminosa denunciada pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
Provavelmente faltaram para não se exporem mais ainda. E também porque não tinham como sustentar as atitudes que tiveram diante do robusto conjunto probatório apresentado em relatório pela PF aceito pela PGR e agora em julgamento pela Corte Suprema.
“PUNHAL VERDE E AMARELO”
Segundo a acusação, esse grupo era formado por militares do Exército e um agente da PF (Polícia Federal), e seria responsável por executar ações do chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o sequestro e até o assassinato de autoridades, incluindo o ministro do STF Alexandre de Moraes, o presidente eleito Lula (PT) e o vice, Geraldo Alckmin (PSB).
Durante a audiência, a defesa de Moreira de Bastos alegou que as testemunhas não tinham obrigação de comparecer. A juíza auxiliar Luciana Sorrentino, no entanto, reiterou que cabe à defesa providenciar a presença das testemunhas, e reafirmou decisão anterior do relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.
“NÚCLEO 2”
O STF prosseguiu, na última sexta-feira (18), e segue nesta quarta (23), com os depoimentos de testemunhas de defesa da AP (Ação Penal) 2693, que apura o envolvimento de pessoas do chamado “núcleo 2” na tentativa de golpe de Estado. As audiências vão esta quarta e são feitas por videoconferência.
São réus no “núcleo 2”, Fernando de Sousa Oliveira (delegado da PF), Filipe Garcia Martins Pereira (ex-assessor internacional da PR), Marcelo Costa Câmara (coronel da reserva do Exército e ex-assessor da PR), Marília Ferreira de Alencar (delegada e ex-diretora de Inteligência da PF), Mário Fernandes (general da reserva do Exército) e Silvinei Vasques (ex-diretor-geral da PRF).
Segundo a PGR, o “núcleo 2” atuou em frentes estratégicas para garantir a permanência de Bolsonaro no cargo, como a organização de estrutura paralela de inteligência e a articulação com a PRF.
INTERROGATÓRIOS
Na quinta-feira (24), está marcado o interrogatório dos réus da AP 2694 — os membros do “núcleo 4” —, também por videoconferência.
Esse grupo é formado por pessoas acusadas de espalhar notícias falsas e atacar instituições e autoridades. Leia mais em “STF ignora ameaças de Trump e segue ouvindo testemunhas da tentativa de golpe”.