
A companhia aérea Azal, com bandeira do Azerbaijão, cancelou o contrato firmado com a norte-americana Boeing para entrega de dez unidades do modelo 737 MAX no valor de US$ 1 bilhão. Um porta-voz da Azal justificou o cancelamento por “razões de segurança” devido aos acidentes com os voos da Lion Air e Athiopian Airlines e a consequente paralisação global da frota.
Em outubro de 2018, um avião 737 Max utilizado pela companhia aérea Lion Air caiu 12 minutos depois da decolagem na Indonésia, causando a morte de 189 passageiros e tripulantes. Em março deste ano outro avião operado pela Ethiopian Airlines caiu da mesma forma seis minutos após a decolagem e matou 157 pessoas. As investigações dos dois acidentes concluíram que ambos sinistros tiveram como causa um mesmo defeito no sistema de navegação, com leituras erradas dos sensores que, de forma automática, apontam a aeronave para o solo durante os primeiros minutos após a decolagem.
O cancelamento da companhia Azal nesta semana, contudo, não é o primeiro que atinge a Boeing. No dia 22 de março a empresa aérea indonésia Garuda cancelou a encomenda de 49 unidades do modelo Boeing 737 MAX 8. O cancelamento foi noticiado como o primeiro entre os contratos de compra do 737 Max anulados.
QUEBRA DE CONFIANÇA
“Enviamos uma carta à Boeing solicitando a anulação do pedido”, declarou Ikhsan Rosan, porta-voz da companhia nacional da Indonésia, que aguarda a resposta do grupo americano. “O motivo é que os passageiros da Garuda perderam a confiança e já não querem voar no MAX”, completou Rosan.
Na segunda feira, dia 3, a Boeing comunicou às autoridades de aviação dos Estados Unidos que mais de 300 aviões dos seus modelos 737 NG e 737 MAX têm “peças fabricadas de maneira inadequada”, o que acarreta novos problemas para o conglomerado norte-americano.
Conforme a Administração Federal de Aeronáutica (FAA) dos Estados Unidos, “as peças afetadas são as ripas (slats) dos bordos de ataque das asas que modifica as caraterísticas de ascensão e resistência durante decolagens e aterrissagens”.
Segundo a nota da FAA, “as peças afetadas podem ser suscetíveis a falhas ou rachaduras prematuras como resultado do processo inadequado de fabricação”. “Embora uma falha completa do mecanismo da asa não resulte na perda do avião, persiste o risco de que uma parte danificada cause danos no avião durante voo”, acrescentou.