Bolsonaro ter participado das manifestações contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) contras as orientações do Ministério da Saúde é sinal de “desespero” e “isolamento”, afirma o jornalista Luiz Carlos Azedo, colunista do jornal Correio Braziliense, em vídeo.
Jair Bolsonaro participou, no domingo (15), da manifestação em Brasília contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), que ele jura não ter nada a ver.
Apesar de ter tido contato com 13 infectados por coronavírus, que estiveram em sua comitiva que viajou para os Estados Unidos, Bolsonaro “cumprimentou várias pessoas, pegou celular para fazer selfie, contrariou todas as normas do Ministério da Saúde em relação” à doença, explica o jornalista.
As manifestações foram “abertamente golpistas, defendem a implantação de uma ditadura no país”, denuncia Luiz Carlos Azedo. E Bolsonaro “sabe o que foi dito lá” e está “criando uma situação de confronto com as instituições”.
Para o colunista, “é uma atitude meio desesperada, meio fora da realidade, que beira quase a insanidade. Não é compreensível isso, não há precedente. Ainda mais um sujeito que está sob vigilância sanitária, sob isolamento, porque ele corre o risco de realmente estar contaminado”.
“Nem as pessoas mais conservadoras, que votaram no Bolsonaro, que têm preocupações reais com a situação do país, defendem coisas como essa. É um sinal de isolamento político. Se for ver, as manifestações não tinham personalidades políticas a não ser as que se elegeram na aba do boné de Bolsonaro”, avaliou.
Luiz Carlos Azedo contou, em transmissão ao vivo feita em seu Facebook, que conversou com pessoas que trabalham com monitoramento de rede e que elas perceberam a tentativa de Bolsonaro de fazer o máximo de barulho e disputar “com o coronavírus quem é que lidera o interesse das pessoas nas redes, e ele está perdendo”.
Bolsonaro continua “dentro de uma bolha”, disseram os especialistas, apesar de sua máquina de comunicação, chefiada por seu filho Carlos Bolsonaro. “Ele está fazendo muito barulho, mas junto a um público específico”.
“O comportamento do Bolsonaro nessa manifestação é de quem quer o caos social, quem quer que esse país entre em colapso por conta de uma epidemia. Isso é muito preocupante”, comentou.
“Comportamento completamente diferente do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, um dos poucos governadores aliado do Bolsonaro, que foi para a manifestação e disse que antes de ser governador, antes de apoiar o Bolsonaro, ele era médico e que aquela manifestação não deveria ocorrer, que ele não iria permitir carro de som na manifestação, e falou debaixo de vaia”.