Aparelho apreendido em operação revela novos elementos para a Polícia Federal. Resistência do parlamentar reforça evidências sobre suas tenebrosas relações com o crime organizado
O deputado Rodrigo Bacellar (União) tentou obstruir as investigações ao se recusar a fornecer a senha de desbloqueio do aparelho de seu celular durante operação da Polícia Federal.
A negativa, porém, não impediu o avanço da apuração: peritos conseguiram acessar integralmente o conteúdo do aparelho, considerado peça-chave para esclarecer suspeitas que envolvem o deputado, que é presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro).
Segundo fontes da PF, o rompimento das barreiras de segurança do dispositivo permitiu obter trocas de mensagens, registros de chamadas, arquivos e aplicativos que podem reforçar a linha de investigação conduzida pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DA RECUSA
Embora o parlamentar tenha direito constitucional de não produzir prova contra si, investigadores destacam que a recusa em fornecer senha não impede o cumprimento da ordem judicial de apreensão e análise do material.
A PF utilizou técnicas forenses avançadas para quebrar a proteção do aparelho, procedimento comum em casos de alta complexidade.
Juristas avaliam que a postura de Bacellar tende a ser interpretada politicamente como resistência à Justiça, ainda que amparada pela lei, e pode agravar o desgaste público do deputado.
CONTEÚDO DO APARELHO
O acesso total ao telefone é visto pela corporação como virada no caso. Fontes relatam que o material coletado já começou a alimentar novas linhas de apuração, inclusive com possibilidade de atingir outros investigados e de consolidar provas consideradas estratégicas.
As informações agora serão cruzadas com dados obtidos em mandados anteriores, além de mensagens apreendidas em operações correlatas.
A expectativa é de que o relatório final apresente quadro mais completo da atuação do parlamentar.
REAÇÃO POLÍTICA E IMPACTO NO CONGRESSO
No Parlamento, a operação gerou desconforto. Aliados de Bacellar classificaram a ação como “exagerada”, enquanto adversários afirmaram que a recusa em fornecer a senha demonstra temor do que poderia ser encontrado.
Dirigentes partidários admitem, reservadamente, que o episódio pressiona a legenda e pode desencadear questionamentos internos.
CERCO SE FECHA
Com o conteúdo do telefone finalmente desbloqueado, o cerco contra Bacellar se estreita. A partir de agora, a investigação entra em fase de consolidação probatória, com potencial para desdobramentos jurídicos e políticos de grande impacto.
A PF considera o material do celular ponto de inflexão, capaz de redefinir o mapa das responsabilidades e influenciar decisões futuras do STF sobre medidas cautelares, denúncias e eventual responsabilização criminal.
O deputado, por sua vez, permanece em silêncio. Cada novo silêncio tende a pesar mais do que a recusa inicial.










