De janeiro a novembro, a balança comercial – diferença entre exportações e importações – registrou um superávit de US$ 51,698 bilhões. O resultado, na comparação com o mesmo período do ano passado é 16,6% menor. Em igual período de 2017, o saldo comercial acumulou superávit de US$ 61,992 bilhões.
No acumulado de 2018, as exportações apresentaram valor de US$ 220,002 bilhões, um crescimento de 9,4%, pela média diária, em relação ao mesmo período do ano passado. As importações aumentaram 21,3% e somaram US$ 168,304 bilhões.
No mês de novembro, o superávit foi de US$ 4.062 bilhões, segundo comemorou o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, na segunda-feira (3). As exportações somaram US$ 20,922 bilhões no mês, com uma alta de 25,4% em relação a novembro de 2017, pelo critério da média diária. Já as importações atingiram US$ 16,860 bilhões, 28,3% a mais na mesma comparação. Sobre o ano anterior, cresceram as exportações de produtos básicos (+40,1%), manufaturados (+25,0%) e semimanufaturados (+4,5%).
No mês de novembro, cresceram as importações de bens de capital (+170,2%), bens intermediários (+15,7%) e combustíveis e lubrificantes (+12,6%), enquanto retrocederam as compras de bens de consumo (-7,1%).
Para o Ministério de Temer, “o mercado interno e a maior demanda brasileira têm movimentado nossas compras externas”. Já para o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o comércio exterior de 2018 tem sido marcado por “aspectos excepcionais” que impactaram tanto as importações como as exportações, em especial de bens manufaturados.
“O principal fator excepcional vem do setor de petróleo e gás, decorrente sobretudo das mudanças nas regras do Repetro, afetando a contabilidade de plataformas para extração. Para se ter ideia da importância deste fator, quase 20% do valor exportado de manufaturas em novembro de 2018 deveu-se a estas plataformas. No acumulado de jan-nov/18, caso as plataformas fossem desconsideradas, a alta de 8,9% das exportações de manufaturados cairia para apenas 2,3%. Como os semimanufaturados acumulam retração de 1,2% no ano, o avanço exportador de 2018 seria resultante principalmente o desempenho de produtos básicos, que registram alta de 19%.”, diz a entidade.
Com o comércio exterior baseado em produtos primários, no acumulado do ano até novembro, a exportação de produtos básicos cresceu 15,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. Houve aumento de receita de petróleo em bruto (+47,8%), farelo de soja (+28,1%), soja em grão (+27,1%), carne bovina (+7,6%), minério de cobre (+6,4%) e minério de ferro (+2,2%). Os manufaturados aumentaram 8,5%, enquanto decresceram as vendas de semimanufaturados (-3,2%).
No grupo dos manufaturados, no acumulado do ano, ocorreu crescimento das vendas principalmente de plataforma p/extração de petróleo (+532,2%), óleos combustíveis (+120,9%), partes de motores/turbinas p/aeronaves (+116,2%), motores p/veículos e partes (+21,6%), máquinas p/terraplanagem (+17,8%), tratores (+7,9%), autopeças (+4,0%), motores/geradores elétricos (+3,4%) e óxidos/hidróxidos de alumínio (+0,1%).
Em relação às importações, de janeiro a novembro de 2018, quando comparado com igual período anterior, houve crescimento em bens de capital (+83,5%), combustíveis e lubrificantes (+24,0%), bens intermediários (+12,5%) e bens de consumo (+11,6%).
A China continua sendo o principal parceiro do Brasil, tanto nas vendas quanto nas compras externas, à frente dos Estados Unidos.
ELIANA REIS