
Filho 03 de Bolsonaro fez vídeo manifestando seu apoio às taxas que Trump impôs
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) entendem que o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) complicou ainda mais sua situação na investigação por coação e obstrução de Justiça ao manifestar seu apoio às taxas que Donald Trump anunciou para tentar impedir o julgamento de Jair Bolsonaro.
A informação é de Gerson Camarotti, do g1.
Em março, Eduardo Bolsonaro abandonou seu cargo na Câmara para atuar nos Estados Unidos em favor de punições contra o país e autoridades brasileiras, como o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Eduardo Bolsonaro falou, em vídeo publicado na quinta-feira (10), que “a carta do presidente dos Estados Unidos apenas apresenta o sucesso na transmissão daquilo que viemos apresentando”.
Na carta, Donald Trump diz que as taxas de 50% sobre todos os produtos brasileiros foram aplicadas por conta do processo em que Jair Bolsonaro é réu por golpe de Estado e que o Brasil, se subordinando aos EUA, deve parar “imediatamente” com ele.
O STF abriu, no mês de maio, um inquérito para investigar a atuação de Eduardo Bolsonaro pelos crimes de “coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito”.
Segundo Camarotti, ministros do STF “destacaram que Eduardo produziu provas contra si” ao anunciar que as taxas de Trump são fruto de sua atuação nos EUA.
O caso está na fase de investigação, que pode evoluir para uma denúncia, a ser feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Depois disso, inicia-se um processo, que pode levar à condenação e declaração de inelegibilidade de Eduardo Bolsonaro.
Em outros vídeos, Eduardo Bolsonaro falou que “daqui a pouco vai vir a Lei Magnitsky e, do jeito que o Trump é, não vai vir só nele [Moraes], vai vir pegando, provavelmente, a esposa dele” e o procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet. A Lei Magnitsky é uma forma que os EUA podem utilizar para sancionar Alexandre de Moraes e outras autoridades, considerando-as violadoras dos direitos humanos.
Como o objetivo do grupo bolsonarista é beneficiar-se das taxas de Trump e escapar da Justiça, Eduardo Bolsonaro não demorou a dizer que para “resolver o problema”, os líderes brasileiros devem conceder uma “anistia ampla, geral e irrestrita”. “É a dica que eu posso dar”.
Na declaração, Eduardo falou que Donald Trump agiu corretamente ao taxar todos os produtos brasileiros. “Trump corretamente entendeu que Alexandre de Moraes só pode agir com respaldo de um establishment político, empresarial e institucional que compactua com sua escalada autoritária”, falou o deputado licenciado.
Donald Trump “entendeu que esse establishment também precisa arcar com o custo dessa aventura. Por isso, a partir de 1º de agosto, empresas brasileiras que desejarem acessar o maior mercado consumidor do planeta estarão sujeitas ao que se pode chamar de ‘tarifa Moraes’”.
Ao final do vídeo, o autoproclamado patriota disse: “Que Deus abençoe o Brasil e que Deus abençoe os Estados Unidos da América”.
Os usuários do Instagram criticaram fortemente a declaração de apoio de Eduardo Bolsonaro às tarifas. Nos comentários, centenas criticaram a sabotagem dos bolsonaristas contra o país.
Um usuário escreveu: “Não apague esse vídeo, é a prova que a Justiça precisava para te colocar na cadeia”.