O ministro Carlos Marun, articulador político de Michel Temer, defendeu a anistia ao caixa dois praticado em eleições passadas e a cobrança pelo atendimento no sistema público de saúde em mensagem encaminhada ao pré-candidato do PMDB à presidência da República, Henrique Meirelles.
Marun já foi braço direito do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso pela Operação Lava Jato por corrupção. O titular da Secretaria de Governo também propõe a fixação de mandatos para ministros do Supremo Tribunal Federal e a criação de uma nova corte, acima do STF.
“Podemos propor uma forma de leniência para o caixa dois já praticado e o criminalizarmos para o futuro”, diz o texto do ministro, que é citado na Operação Registro Espúrio por suspeita de interferência indevida em registro de sindicatos no Ministério do Trabalho.
“Vamos propor mandatos para o STF, revogar a Lei da Bengala, votar a Lei do Abuso de Autoridade, e criar uma Corte Constitucional que possa dirimir conflitos entre as decisões do STF e a Constituição Federal”, acrescentou.
Marun afirmou que a candidatura do partido deve propor a manutenção do Bolsa Família – principal bandeira dos governos do PT. Quanto ao atendimento no sistema público de saúde, ele defende que é preciso cobrar.
O ministro disse ainda que um eventual governo do PMDB, a partir de 2019, deve “radicalizar nas privatizações” e propor a autonomia do Banco Central. Ele também defendeu a realização da reforma da Previdência, que Temer tentou fazer mas não conseguiu devido à forte reação da sociedade.
As ideias do ministro foram publicadas num grupo de WhatsApp de parlamentares do PMDB e de Meirelles. O documento funciona ainda como uma espécie de crítica aos partidos do Centrão (DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade), que mesmo estando na base do governo não quiseram firmar aliança com o pré-candidato do partido.
O articulador político dispara ainda contra o pré-candidato a presidente do PSDB Geraldo Alckmin e o do PDT, Ciro Gomes, a quem chama de “débil mental”.
“A atitude de Alckmin nas denúncias (contra Temer) o torna não merecedor do nosso apoio. Ajudamos a sua candidatura é verdade, ao vetarmos o apoio do Centrão ao débil mental do Ciro Gomes. Este apoio foi para os tucanos, mas isto não é de todo ruim. Sabemos que a tucanidade de Alckmin não o faz o candidato para o agora”, escreveu Marun.