A bancada do PSB na Câmara dos Deputados aprovou a proposta de criação de uma federação partidária com PCdoB, Rede, PSol, PV e PT.
A proposta recebeu 24 votos favoráveis e apenas um contrário, durante reunião dos deputados federais com o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, realizada na última quarta-feira (1°). Cinco deputados se ausentaram.
Entre os parlamentares presentes, estavam o líder do PSB na Câmara, Danilo Cabral (PE); o líder da Oposição, Alessandro Molon (RJ); e o líder da Minoria, Marcelo Freixo (RJ).
A decisão da bancada será submetida agora à apreciação dos presidentes dos diretórios estaduais e depois o diretório nacional para decidir.
Aprovada pelo Congresso nacional em setembro, a nova regra permite que dois ou mais partidos formem uma federação para atuar de forma conjunta, por pelo menos quatro anos, nas esferas municipal, estadual e federal.
“É preciso articular um novo arranjo hegemônico no campo das forças democráticas. A questão não é de poder e de espaço entre partidos, mas se relaciona à concepção de um novo projeto polático, que supere os vícios do passado e possa fazer face aos desafios do presente”, afirmou nas redes sociais o presidente do PSB, Carlos Siqueira.
O deputado Elias Vaz (PSB-GO) enfatizou a necessidade de tomar logo uma decisão. “A agenda não depende só de um partido, mas a preocupação dos deputados é que se resolva o mais rápido possível, até para permitir organizar a chapa e estratégia nos Estados”, disse.
O deputado Gervásio Maia (PSB-PB) defendeu que se feche um acordo até dezembro. “Precisamos de 60 a 90 dias para estruturar as chapas antes do prazo de filiação [em abril]”, indicou.
Se essa Federação vier a se constituir de fato, liquidaria com as chances de Ciro Gomes ir sequer para o 2° turno. Especulei recentemente sobre a possibilidade de Ciro superar Bolsonaro no 1° turno indo disputar com Lula o 2° turno. Entretanto, entendia que isso somente ocorreria se o PCdoB, PSB, Rede, PV e Cidadania constituíssem uma Federação Partidária com o PDT. Sem a satisfação dessa condição, as chances eleitorarais de Ciro Gomes seriam menores até que as que ele possuía em 2018. Não compartilho a opinião, na maior parte das vezes desonesta, de que Lula comandou um governo corrupto. Para mim, Lula buscou firmar alianças valendo-se de sua tendência para conciliar interesses contrários, e, com isso, trouxe para o seio de seu governo indivíduos corruptos vinculados a ampla gama de partidos fisiológicos com quem
ele, Lula, firmou acordos de governabilidade. Questionável, portanto, foi o método de governo e não a integridade moral do ex-presidente. Entretanto, gostaria que a união das forças de oposição ao bolsonarismo tivesse encontrado um nome fora do PT para enfrentar Bolsonaro (e agora, também, o novo candidato da extrema direita, Sérgio Moro) que se comprometeria a cumprir um programa mínimo durante os 4 anos de governo, com a condição de não poder disputar a reeleição. Talvez essa condição (a de não disputar a reeleição) possa ser aceita por Lula para atrair para essa Federação o PDT. Ciro Gomes poderia ser convidado para submeter o seu plano econômico ao aval dessa Federação ampliada. Se o produto final desse debate gerasse um projeto econômico que agradesse o politico cearense que nasceu em Piracicaba, o PDT se somaria a essa Federação e o próprio Ciro passaria a ser o nome natural para ocupar o Ministério da Fazenda de um futuro governo Lula.
Uma situação ideal: todos unificados contra Bolsonaro, inclusive Lula com um ministro da Fazenda nacionalista, o próprio Ciro, ao invés de um Meirelles no BC e um Palocci na área econômica. Tudo muito ótimo, leitor, inclusive a explicação sobre a corrupção no governo Lula. Infelizmente, esses, e alguns outros, são os problemas que não estão superados, tanto quanto o local de nascimento de Ciro, que não é Piracicaba, mas Pindamonhangaba.