De 1,4% caiu para 0,7%. Já Guedes diz a banqueiros que “o Brasil já em rota de crescimento”
O Banco Mundial derrubou pela metade a previsão de crescimento do Brasil este ano. Enquanto para a América Latina espera-se crescimento de, em média, 2,3%, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve registrar uma nulidade de 0,7%, ante a previsão anterior de 1,4%. Trata-se do segundo pior desempenho de uma lista de 28 países, ficando à frente apenas do Haiti – que deve ter retração de 0,4%. Os dados estão no relatório Relatório Semestral Região da América Latina e do Caribe divulgado na quinta-feira (7).
Paulo Guedes, ministro da Economia de Bolsonaro, continua não reconhecendo que seu governo é um desastre. Na quinta-feira (7), durante evento no Bradesco, ele voltou a afirmou “o Brasil já está em rota de crescimento” e que o PIB do país crescerá “em torno de 2%”. Segundo Guedes, é esperado para o ano investimentos privados “já contratados”, que reforçarão a economia. O crescimento só não será mais robusto, diz o ministro, por conta da alta taxa básica de juros do Banco Central, que a pretexto de combater a inflação arrocha o setor produtivo e os consumidores com aval de sua própria gestão.
“O que nós vamos assistir esse ano são dois vetores. Esse vetor de crescimento [os investimentos] possivelmente faria o Brasil crescer 3%, 3,5%. Mas tem um vetor de desaceleração forte que foi o combate à inflação, os juros do Banco Central subindo. Então, em vez de crescer 3% ou 3,5%, vai crescer em torno de 2%”, disse o enrolador.
Que a taxa básica de juros (Selic) a 11,75% ao ano combinada à inflação de 10,75% são vetores de desaceleração é consenso entre muitos economistas e representantes do setor produtivo, ao contrário das projeções alucinadas de Guedes.
Segundo o boletim Focus do Banco Central (BC), por exemplo, elaborado com a projeção de instituições financeiras para a economia, que faz coro com o governo na elevação das taxas de juros, prevê um PIB beirando a zero, com avanço de apenas 0,5% este ano.