Ganância dos banqueiros é insaciável. Não admitem que os aposentados brasileiros tenham juros civilizados. Taxa anual para aposentados é de 24,87% ao ano, enquanto a inflação é de 4,5%
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) criticou a decisão do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) chamando de “irresponsável” a redução da taxa de juros do consignado para aposentados e pensionistas do INSS, anunciada na segunda-feira (4).
As taxas de juros dos empréstimos consignados tiveram seu limite reduzido de 1,84% para 1,80% ao mês pelo CNPS formado por 15 membros, entre representantes do governo, de aposentados e pensionistas, de trabalhadores e da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, único voto contrário à redução do juros abusivos dos bancos.
Para o cartão de crédito consignado e o cartão de benefício, os juros foram reduzidos de 2,73% ao mês para 2,67%.
Com a decisão, os bancos passam a cobrar 23,87% de juros ao ano no empréstimo consignado, a atual taxa está em 24,87% ao ano.
De acordo com o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi,, as taxas do consignado devem cair sempre que a taxa básica de juros da economia (Selic), a mais alta do planeta, diga-se de passagem, for reduzida pelo Banco Central. Medida que vem sendo tomada pelos bancos públicos, como a Caixa e o Banco do Brasil, logo após as decisões de redução dos juros pelo Comitê de Política Monetária.
A Febraban para continuar esfolando os velhinhos alega que a decisão não leva em consideração os custos de captação e a estrutura de custos dos bancos. Em represália, ameaça reduzir ainda mais o crédito. “O volume de concessão, comparando-se o período de maio a setembro de 2022 com o mesmo período de 2023, caiu de R$ 36,1 bilhões para R$ R$ 36,1 bilhões para R$ 29,7 bilhões”, segundo a Febraban.
O empréstimo consignado tem inadimplência quase zero, garantido pelas aposentadorias e pensão dos beneficiários do INSS, em sua grande maioria com desconto em folha.
Já os bancos vêm obtendo lucros astronômicos com a especulação. No terceiro trimestre deste ano, só para citar os maiores bancos privados no país, Itaú Unibanco, Bradesco e o espanhol Santander, mais o Banco do Brasil, lucraram juntos R$ 25,175 bilhões, um avanço de 3,4% em relação ao segundo trimestre deste ano.