Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, juntos, encerram o semestre com R$ 26,6 bilhões de lucro
Os três maiores bancos de capital privado no Brasil aumentaram seus resultados no segundo trimestre deste ano com R$ 18,97 bilhões de lucros. Itaú Unibanco, Bradesco e o espanhol Santander lucraram juntos, no mesmo período de 2021, R$ 16,56 bilhões, obtendo uma alta de 14% na comparação entre os períodos.
Considerando o Banco do Brasil, que lucrou R$ 7,8 bilhões no segundo trimestre, os quatro bancos lucraram juntos R$ 26,6 bilhões, uma alta de 20,5% na comparação com o trimestre anterior.
O lucro líquido do Itaú no trimestre foi de R$ 7,679 bilhões, aumento de 17,4% ante mesmo período de 2021, acima das previsões de mercado. Em relação ao primeiro trimestre, houve uma alta de 10,2%. Assim, o banco fecha o primeiro semestre deste ano com lucro acumulado de R$ 14,179 bilhões, alta de 9,2% em comparação ao mesmo período de 2021, considerado o lucro contábil.
Entre abril e junho de 2022, o Bradesco teve um lucro líquido de R$ 7,04 bilhões, avanço de 11,4% em 12 meses, o maior de sua história em um trimestre.
O Santander reportou lucro líquido de R$ 4,084 bilhões no segundo trimestre de 2022, dois por cento acima do primeiro trimestre e 2,1% abaixo do reportado no mesmo período de 2021.
Os números falam por si mesmo, no meio de uma das maiores crises econômicas da história do país, com 10 milhões de desempregados, número que não é ainda maior porque não estão computados muitos brasileiros que desistiram de procurar uma ocupação. São mais de trinta milhões de trabalhadores no subemprego, queda na renda, com a inflação descontrolada e mais contundente para a maioria da população com salários miseráveis.
Com 33 milhões de famintos no Brasil, Bolsonaro diz que economia vai ‘”muito bem” e dá aval para a política de juros nas alturas, com a Selic batendo 13,75% a.a., penalizando o setor produtivo e os consumidores,
Como observou o chefe de análise e sócio da Levante Investimentos, Enrico Cozzolino, à Folha, “cenários de juros para cima tendem a favorecer os resultados dos bancos”.
A queda na renda e a carestia têm levado cada vez mais os brasileiros a se endividarem com os bancos que cobram juros abusivos nos cartões de crédito, empréstimo pessoal e no consignado. O endividamento das famílias bateu novo recorde em julho (78%). Do total de endividados no país, 85,4% possuem dívidas no cartão de crédito, que só a taxa de juros do rotativo variou de 359,1% ao ano em março para 364,0% em abril.
Para a indústria, o acesso ao crédito piorou, inibindo os investimentos, segundo pesquisas da Confederação Nacional da Indústria e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
“A alta da inflação e dos juros, ao lado do desemprego ainda elevado, retiraram poder de consumo, sobretudo, da parcela mais pobre da população, mitigando o resultado do varejo e contribuindo para a contração da indústria, que também esteve sujeita aos freios da desorganização das cadeias de fornecedores”, assinalou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). No acumulado de janeiro a junho de 2022, a produção industrial registra declínio de -2,2%.
LUCRO LÍQUIDO DOS BANCOS SOBE 49% EM 2021 E ALCANÇA R$ 132 BILHÕES
O lucro líquido de todos os bancos no Brasil alcançou R$ 132 bilhões no ano passado, alta de 49% em relação a 2020 quando os resultados tiveram algum impacto em razão da pandemia e de 10% em relação a 2019 ou acima dos resultados antes da Covid. Sendo que Itaú, Bradesco e Santander sozinhos realizaram R$ 61,7 bilhões ou 76% dos resultados totais.
Já o retorno sobre o patrimônio líquido foi de 15% em 2021, “retornando a níveis pré-pandemia”. Muito poucos bancos em todo mundo atingiram esses níveis percentuais.