Os consumidores pagaram R$ 6,14 bilhões a mais nas contas de luz em 2017, devido à cobrança da bandeira tarifária, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Apesar disso, o valor arrecadado não foi suficiente para pagar o custo extra com a produção de energia do ano, e os usuários terão que arcar com mais essa despesa em 2018.
O valor que ainda está em aberto chegou a R$ 4,4 bilhões. Em 2016, a arrecadação via bandeiras tarifárias foi de R$ 3,3 bilhões, e em 2015, primeiro ano da cobrança, foram pagos R$ 14,726 bilhões.
O montante que falta ser pago, no momento um rombo de R$ 4,4 bilhões, será repassado aos consumidores por meio do aumento das tarifas de energia. E, como existe um prazo entre a apuração da divida e o pagamento às distribuidoras, haverá cobrança de juros, que também serão pagos pelos consumidores.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado durante governo Dilma Rousseff, após o fracasso da MP 579, de sua autoria, que prometia baixar as contas de energia em 20%. Com a MP, a Eletrobrás acabou assumindo todo o ônus da redução forçada e acumulou dívidas, enquanto as distribuidoras de energia, em sua maioria multinacionais, mantiveram suas altas taxas de lucro. O sistema de bandeiras na realidade impulsionou o tarifaço, que, com a desculpa de incentivar os consumidores a reduzir o consumo, aumentou muito as contas de energia. Somente no ano de 2015, a média de aumento chegou a 50% em todo o país.
Segundo o governo, o aumento na conta representa a elevação do custo de geração por conta do uso de usinas termelétricas que produzem eletricidade mais cara, que são acionadas quando os reservatórios das hidrelétricas estão baixos, geralmente pela falta de chuvas.
Em 2017, a bandeira tarifária ficou quatro meses na cor vermelha patamar 1, com cobrança extra de R$ 3 a cada 100 quilowatts (kWh) consumidos, e dois meses na cor vermelha patamar 2, com cobrança de R$ 5 a cada 100 kWh. A bandeira amarela foi usada por três meses, quando houve taxa extra de R$ 2 a cada 100 kWh consumidos. A bandeira verde, sem taxas a mais na conta de luz, só foi aplicada durante três meses.