O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, disse que “não há possibilidade de fraudar o sistema” das urnas eletrônicas e respondeu insinuação de Bolsonaro de fraude: “Tem gente que acha que a terra é plana, tem gente que acha que o homem não chegou na lua, tem gente que acha que o Trump venceu as eleições nos Estados Unidos. Esse é o imaginário sobre o qual eu não tenho poder”.
“Se o presidente ou qualquer pessoa tiver alguma comprovação de fraude, eu diligenciarei para apurar. Sou juiz e lido com fatos e provas. Portanto, não posso me impressionar com a retórica política que faz parte de um jogo que não me cabe jogar”, afirmou Barroso.
Depois do fracasso dos candidatos bolsonaristas nas eleições, tanto no primeiro quanto no segundo turno, Jair Bolsonaro disse que viu hackers fraudando as urnas e defendeu o voto impresso.
Luís Roberto Barroso disse que Bolsonaro “tem o direito de manifestar livremente sua opinião. O país é livre e democrático”, mas “a verdade é que o Supremo Tribunal Federal já entendeu pela inconstitucionalidade do voto impresso”.
“E não apenas pelo custo de R$ 2,5 bilhões, mas porque representaria um risco real ao sigilo para o voto”, continuou.
Para ele, “o voto impresso traria grande tumulto para o processo eleitoral brasileiro, porque todo candidato derrotado ia pedir recontagem, ia haver impugnações, alegações de nulidade e judicialização do processo eleitoral”.
“Portanto considero, aqui é uma opinião pessoal, eu penso que traria um grande tumulto para o processo eleitoral. É mais ou menos como mexer num time que está ganhando”, avaliou.
Jair Bolsonaro pediu voto para 13 candidatos, mas apenas dois deles foram eleitos. Bolsonaro não elegeu ninguém em capitais.
No segundo turno das eleições municipais, os candidatos bolsonaristas Marcelo Crivella (Republicanos), do Rio de Janeiro, e Capitão Wagner (PROS), de Fortaleza (CE), foram derrotados.