Analistas de instituições financeiras voltaram a reduzir a estimativa para o crescimento da economia este ano. Segundo o boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (3), a previsão dos economistas é de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 1,13%.
Foi a 14ª queda seguida na previsão de alta do PIB deste ano.
No boletim divulgado na semana passada, a previsão de crescimento do PIB era de 1,23%. No início do ano, logo após a posse de Bolsonaro, a expectativa era de alta de 2,4%.
Bradesco (1,1%) e Itaú (1%) estimaram um número ainda menor.
O economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, projeta um crescimento de 0,7% para este ano, “na melhor das hipóteses”.
No último dia 30/05, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado do PIB no 1º trimestre, registrando queda de 0,2% , em relação ao último trimestre do ano passado.
A queda foi puxada principalmente pelo pífio desempenho da indústria, setor essencial para a economia.
Alguns resultados: Indústria (total): -0,7%; Indústria extrativa: -6,3%; Indústria de transformação: -0,5%; Construção civil: -2%.
Para o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), “a economia brasileira vive, desde o final do ano passado, um quadro de estagnação, mas começa a se aproximar de um novo período de perdas, como sugere o resultado de -0,2% do PIB no primeiro trimestre de 2019, descontados os efeitos sazonais. Enquanto isso, a indústria já se encontra em recessão, acumulando dois trimestres de queda”.
“Como a indústria, notadamente a manufatura, é o setor que mais estabelece encadeamentos com o restante da economia, sua nova etapa recessiva tem grande possibilidade de se espalhar e atingir a evolução futura do PIB total”.
Por outro lado, o consumo e o investimento, representado pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – despesa das empresas na compra de máquinas, equipamentos e construções – também tiveram fraco desempenho ante ao 4º trimestre de 2018: Consumo das famílias: 0,3%; Consumo do governo: 0,4%; FBCF: -1,7%.
Ou seja, variação zero do consumo e queda do investimento.
Todos os indicadores econômicos têm apresentado estagnação. Isso acontece porque a política econômica de Guedes/Bolsonaro é a de juros siderais, corte de investimentos públicos e fim do crédito dos bancos públicos – além de brandir a “reforma” (desmonte) da Previdência como panaceia para todos os males.
O resultado é que o desemprego explodiu, os salários estão em queda e os empresários não investem, assolados que estão pelos juros altos e não ter para quem vender.
Em suma: a dupla Guedes/Bolsonaro está empurrando ainda mais a economia para o fundo do poço.
VALDO ALBUQUERQUE