Em conversação com o chanceler polonês, Yacek Chaputovich, o presidente da Bielorrussia, Alexander Lukashenko, se pronunciou contra a anunciada oferta de Varsóvia aos EUA para gastar até US$ 2 bilhões para criar uma base dos EUA, com uma divisão do exército ianque, em território da Polônia. Ele advertiu que se o chamado “Forte Trump” – o nome é do próprio governo polonês – for criado, a resposta será inevitável e junto com os russos.
Lukhashenko assinalou que não se trata de ameaça, mas de “uma medida lógica espelhada”. “Não vamos entrar em luta, portanto não é preciso criar bases [militares] extras”, assinalou. “Caso contrário, nós com os russos teremos que responder. Então teremos que postar algo para neutralizar vocês”.
Ao mesmo tempo, o presidente da Bielorrússia sublinhou que a política externa do país é construída de acordo com o princípio “viver bem com seus vizinhos”. “Somos pessoas pacíficas, não queremos guerra. Nós não somos ricos, mas nada pedimos a ninguém. Nós mesmos ganharemos nossa felicidade. Eu já disse que dezenas e centenas de anos de negociações são melhores do que um dia de guerra”, reiterou Lukashenko.
A questão já havia sido levantada por ele em 31 de outubro. “Se os políticos na Polônia dizem que estão dispostos a gastar bilhões de dólares para colocar armas americanas lá e introduzir batalhões norte-americanos, criar um certo Forte Trump, nós, é claro, reagiremos”. A criação do Forte Trump foi oferecida pelo ministro da Defesa polonês, Mariusz Blašczak, durante visita a Washington em setembro, enquanto o chanceler Yacek Chaputovich manifestou sua expectativa de uma decisão positiva “na primavera do próximo ano”.
Em entrevista, o chanceler russo Sergei Lavrov advertiu que “a ideia de nossos colegas poloneses de convidarem uma divisão americana para seu território seria uma violação direta do Ato de Fundação Rússia-Otan, que proíbe expressamente o envio de forças de combate substanciais de forma contínua nos territórios dos países membros da Otan da Europa Central e Oriental”.