“Um embargo de gás não é apenas irracional, é também ultrajante”, pois comprometeria toda a indústria alemã”, afirmou o presidente da Associação da Indústria Química da Alemanha, Christian Kullmann.
Kulmann enfatiza que o setor depende do gás natural importado da Rússia e que “os países do leste europeu são quase totalmente dependentes do fornecimento de energia da Rússia”.
O empresário, que também é CEO da Evonik Industries AG, comparou o gás que as indústrias precisam “para trabalhar”, com o “ar de que necessita para respirar”.
“Depois que a Alemanha se despediu da energia nuclear e do carvão, há uma discussão sobre a possibilidade de interromper o fornecimento de gás da Rússia. Mas é importante lembrar que o gás é a base do nosso fornecimento de energia”.
Christian Kullmann falou que a indústria química fornece produtos para 90% das indústrias alemãs, o que faz com que sua paralisação ou enfraquecimento atinja toda a cadeia produtiva do país. “Sem nós, não haveria construção leve, carros elétricos, moinhos de vento”, continuou.
O petróleo, do qual os países europeus também são altamente dependentes, começou a ser sancionado no fim de maio, mas ainda sem diretrizes claras. A Rússia, que teve US$ 300 bilhões de sua reserva sequestrados pelos Estados Unidos, começou a exigir que os pagamentos para o fornecimento de gás natural acontecesse em rublos, sua moeda nacional.
Os europeus espernearam, mas acabaram por aceitar. A Comissão Europeia instruiu as empresas importadoras a fazerem as transferências em dólares para contas em bancos russos, onde haverá a conversão para rublos.
Os países ou empresas que se recusaram a pagar em rublos começaram a ter o fornecimento de gás cortado, como a Finlândia.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, comentou que as sanções contra a Rússia não ajudam a resolver o conflito na Ucrânia e, ao mesmo tempo, estão tendo um grave impacto, como inflação e desemprego, nas economias europeias.