O valor total de financiamentos feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de janeiro a setembro deste ano foi de R$ 50 bilhões. Em relação ao mesmo período de 2016 os desembolsos tiveram uma acentuada queda de 20%, enquanto que a queda nos últimos 12 meses foi de 27%.
A indústria sofreu violentas variações negativas, tanto no acumulado do ano, quanto nas dos 12 últimos meses, respectivamente 49% e 37%. Os dados constam do Boletim de Desempenho divulgado pelo banco, com dados até 30 de setembro.
A ação de Meirelles, ex- presidente do Conselho de Administração da holding J&F, hoje como ministro da Fazenda, contra o BNDES, sufocando seus recursos ao exigir amortizações antecipadas ao Tesouro Nacional de mais de R$ 200 bilhões e encarecendo o custo dos financiamentos com a nova TLP, apontam para uma deliberada intenção de reduzir o papel do BNDES e acentuar o quadro desalentador que os números de 2017 estão trazendo.
A agricultura foi o único setor que apresentou variações positivas de 9% no acumulado do ano e 14% no dos últimos 12 meses.
Quando o governo tentou destacar alguns raquíticos índices positivos obtidos nos primeiro semestre, e vemos a queda generalizada dos investimentos na indústria, fica evidente a impossibilidade de qualquer retomada da economia.
O incremento no volume de crédito para agricultura, apenas reafirma a política desastrada de pendurar a economia nacional na exportação de commodities, especialmente agrícolas.
Os mais de R$ 9 bilhões dirigidos para o segmento de energia elétrica, 18% do total geral dos financiamentos, se prestam para reforçar o processo de privatização tresloucada da Eletrobrás.
J.AMARO