A direção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) negou na última sexta-feira (30) que o banco de fomento esteja apoiando a privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel).
A manifestação da gestão do BNDES se dá após dois conselheiros do banco que integram o Conselho de Administração da Copel se posicionarem a favor da privatização da Copel, o que gerou críticas por parte de aliados do governo federal e movimentos sociais.
Por meio de nota, a direção do BNDES afirma que a proposta de privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel), conduzida pelo Governo do Estado do Paraná, “suas decisões até agora proferidas pelo Conselho de Administração da Copel se dão de forma independente e autônoma do posicionamento dos sócios da empresa, que se posicionarão de maneira decisória sobre o tema na Assembleia de Acionistas”, diz trecho da nota.
A diretoria do banco de fomento declarou também que o posicionamento da BNDESPAR, braço do banco responsável pelas participações acionárias, “será oportunamente formalizado nas assembleias convocadas pela Copel” e que “tal posicionamento, a ser oportunamente registrado, levará em consideração a natureza estratégica da Companhia e o seu relevante papel para segurança energética do Brasil, bem como assegurará os direitos e interesses do BNDES como banco público, que financia e participa da empresa há 30 anos”.
Este posicionamento, segue a diretoria do BNDES, “também será realizado com total independência, dentro das melhores práticas de governança corporativa, e voltado ao atendimento das legítimas expectativas não apenas da BNDESPAR, mas também da própria sociedade”, conclui a nota.
A Copel é uma das principais companhias elétricas do país por gerar, transmitir e distribuir energia em uma só empresa. O governador do Paraná, Ratinho Jr, usa a velha justificativa da necessidade de “modernizar” as empresas públicas, para entregar o patrimônio do povo, uma das maiores companhias do setor, na bacia das almas – isto é, vender o mais rápido possível a empresa para um pequeno grupo privado, por um preço bem abaixo do que realmente vale a empresa.
No mês passado, o deputado estadual Arilson Chiorato (PT), que é coordenador da Frente Parlamentar das Estatais e Empresas Públicas, entrou com o pedido de CPI da Copel por entender que é preciso transparência nas contas. “Irregularidades no balanço e contratações suspeitas precisam ser esclarecidas”, disse.
De acordo com o parlamentar, a necessidade da CPI está baseada em duas questões: há a suposta dívida bilionária no valor de R$ 3,2 bilhões, que foi omitida do balanço da estatal e as denúncias de irregularidades relacionadas ao processo de privatização da empresa, que ocorreu por meio do mercado de ações, resultando na criação de um capital disperso e sem acionista controlador. Também foram apontadas contratações de serviços milionários sem licitação.