O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) efetivou na terça-feira (14) o desembolso de R$ 40,00 bilhões para o Tesouro Nacional, por imposição do governo Temer, que decidiu arrancar a “fórceps” antecipações de empréstimos, através dos quais o banco reforçou sua captação de dinheiro para financiamentos no passado recente.
Com esse pagamento, sobe para R$ 280 bilhões o total de antecipações realizadas. A primeira foi ainda no governo Dilma, entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016 que totalizou em torno de R$ 30 bilhões. Em 2016 foram R$ 100 bilhões e em 2017 outros R$ 50 bilhões. Em março e abril deste ano foram pagas parcelas de R$ 30 bilhões. A pretensão é arrancar mais R$ 30 bi até o final do ano.
Os empréstimos feitos juntos ao Tesouro registravam um saldo, em 31.12.2014, de R$ 432 bilhões.
A ação das antecipações em curso, em alguns casos de títulos a vencer em 20 anos, representa um duro golpe no lastro de dinheiro para sustentar as operações de crédito do banco, impedindo-o de incentivar investimentos, especialmente para indústria, principal foco da sua ação. Os financiamentos da instituição vêm caindo vertiginosamente.
Ressalta-se que parte dos recursos tomados junto ao Tesouro foi destinado à política desastrosa das chamadas “campeãs nacionais”, durante as gestões Lula e Dilma, através da qual diziam pretender criar “multinacionais brasileiras”. Ilusão ou corrupção, JBS e Odebrecht foram expoentes desse processo.
Não há, contudo, na ação de antecipações das amortizações junto ao Tesouro, nenhuma pretensão de corrigir qualquer coisa. Sua lógica é tomar os recursos onde puderem para pagar juros aos bancos sobre todos e sobre tudo. Se por causa disso o BNDES for levado a uma insignificância, pouco importa.