“Sou radicalmente contra a privatização da Petrobrás em sua inteireza”, afirmou a presidenciável no programa Roda Viva. Emedebista tem como vice a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP). Na pesquisa mais recente, do FSB/BTG, apontou a candidata com 3% de intenções de voto
A senadora Simone Tebet (MS), candidata do MDB à Presidência da República, colocou-se frontalmente contrária à privatização da Petrobrás e atribuiu as altas dos preços dos combustíveis às falas desastrosas de Bolsonaro e a problemas externos.
“Sou radicalmente contra a privatização da Petrobrás em sua inteireza, podemos discutir algumas subsidiárias, porque não se mexe com aquilo que está dando lucro e colocando dinheiro vivo na saúde, na educação, na questão ambiental”, disse a candidata durante a entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura (SP),na noite da segunda-feira (8).
Ele afirmou que a empresa, bem gerida, tem condições de resolver o problema da alta do preço dos combustíveis.
“Essa alta vem de problemas externos junto ao problema interno criado pela boca do presidente, com falas contra as instituições democráticas e ‘besteira’”, diz Simone Tebet. No entendimento dela, quando Bolsonaro fala contra as instituições, há “uma disparada do dólar” e resultam na aquisição de “combustível mais caro” e outros aumentos.
A presidenciável tem como vice na chapa ao Planalto a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP). Ela tem o apoio, além do MDB, dos partidos PSDB, Cidadania e Podemos.
Ela foi a primeira a participar da série de sabatinas do Roda Viva com os candidatos mais relevantes.
Durante 2 horas de programa ao vivo, a emedebista falou sobre projetos que envolvem a candidatura e convicções políticas e pessoais, fez críticas especialmente ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
PERFIL
“Sou mulher, portanto me identifico com 53% da população brasileira que hoje não está satisfeita nem em tentar voltar ao passado, muito menos permanecer com o presente. Sou uma cidadã, sou professora e sou mãe. É com essa verdade que vou estar me apresentando ao Brasil a partir de terça-feira, quando eu puder pedir voto”.
A senadora reforçou que, se eleita presidente da República, terá ministérios paritários, com 50% de homens e 50% de mulheres.
POLÍTICA PARA ARMAS
Simone falou que, caso eleita, faria um “revogaço”, por decreto, dos atos normativos do governo de Jair Bolsonaro (PL) que flexibilizaram o acesso a armamentos e munições.
Segundo a presidenciável, essa é uma pauta que não interessa ao Brasil. Quanto à posse de armas em toda a extensão da zona rural, entretanto, ela afirma que é favorável para reduzir a violência no campo.
DIVERGÊNCIAS NO MDB
Sobre a falta de consenso no partido quanto à candidatura dela, Tebet disse que dado o tamanho da legenda não há unanimidade, mas há unidade, segundo ela, entre o partido quanto ao apoio à chapa que ela encabeça.
VOTO IMPRESSO
Tema que Bolsonaro problematiza, Tebet afirmou que o voto impresso poderia corromper a democracia e as eleições, porque, com o comprovante, eleitores poderiam comprovar que votaram em políticos compradores de votos. É o entendimento dela, porque era assim que efetivamente funcionava, em particular, no Nordeste.
Ela declarou que tem “o mais absoluto respeito e reconhecimento da segurança das urnas e que nós vamos ser os primeiros a aceitar o resultado, seja ele qual for, no dia 2 de outubro”.
VOTO ÚTIL
“Sou candidata de um centro que se faz necessário nesse momento de tanta polarização. Entendo que sou o verdadeiro voto útil. Quem pode garantir a estabilidade, a segurança jurídica para que o Brasil volte a crescer e gerar empregos, é a candidatura do campo democrático nossa”.
EMENDAS DE RELATOR
Questionada sobre a possibilidade de reverter e dar mais transparência às emendas de relator, Tebet falou que é preciso “uma caneta”.
“Com uma caneta na mão determinando que todos os ministérios deem transparência absoluta de onde está sendo aplicado o dinheiro público. Aliás, essa tem que ser a regra número um”, afirmou. Ela reforçou que considera as emendas de relator “o maior escândalo de corrupção” do Brasil.
IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEFF
“Na forma ela sofreu misoginia? Isso a gente viu comentários sexistas a todo momento. No conteúdo, não”, disse a senadora.
“Não se vai votar numa mulher pelo simples fato de ela ser mulher, [só] se ela for competente. Nós queremos direitos iguais, não queremos mais direitos. Houve pedalada fiscal e houve contabilidade criativa”, declarou a presidenciável.
OUTROS PRESIDENCIÁVEIS
Outros candidatos ao Palácio do Planalto devem participar do Roda Viva nas próximas semanas. Até o momento o único presidenciável com data confirmada é Ciro Gomes (PDT) que estará no programa na próxima segunda-feira (15).
Bolsonaro (PL) e Lula foram convidados, mas ainda não confirmaram a participação.
M. V.