Acordo que encerrrou a greve prevê 38% de elevação salarial, com valor do contrato a ser parceleado em quatro anos
Os trabalhadores da Boeing que estavam em greve votaram por aceitar o novo contrato proposto pela empresa encerrando uma paralisação que já dura 7 semanas. A Boeing está perdendo diariamente cerca de US$ 100 milhões diariamente por causa da greve.
O novo contrato cobre um aumento salarial de até 38% em quatro anos e melhores contribuições para a aposentadoria, mas não restaurou o plano de pensão congelado a mais de dez anos como reivindicado, comunicou a Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais no qual os 33 mil grevistas são membros.
“Os trabalhadores sabem como é para uma empresa exagerar e receber mais do que é justo,” disseram os líderes sindicais Jon Holden e Brandon Bryant.
“Com esta greve e a vitória resultante, os trabalhadores da linha de frente da Boeing fizeram sua parte para começar a restabelecer um equilíbrio em favor dos trabalhadores e, ao fazê-lo, esperamos inspirar outros operários em nossa indústria e além a continuarem na defesa da justiça no trabalho.”
Ao aceitar o contrato, os trabalhadores irão receber um bônus de US$12 mil e o aumento nas contribuições de poupança empresarial para a aposentadoria. O salário médio anual de um operário da Boeing que atualmente é de US$ 75.608 será aumentado para US$ 119.309 em quatro anos.
Uma razão dos trabalhadores aceitarem esse novo contrato depois de serem rejeitadas outras três propostas, é o receio de que uma nova rejeição levaria tudo de volta para a estaca zero, perdendo todos os avanços obtidos durante as negociações e a possibilidade de novas propostas serem piores.
Em janeiro deste ano, um avião de modelo 737 Max, da ‘Alaska Airlines’, perdeu uma de suas portas em pleno voo. A Boeing se viu obrigada a atrasar a produção de novos aviões para correção de erros em seu processo de manufatura, enquanto investigações iniciadas por vários órgãos federais americanos revelaram que a Boeing adotou uma política de ignorar normas de segurança para fabricar aviões mais rápido e reduzir custos de produção.
Em 2019, a licença de voo do 737 foi caçada por causa de dois acidentes que mataram mais de 300 pessoas, em 2018 outro avião da Boeing, um 737 Max 8, caiu no mar próximo à Indonésia, poucos meses depois, outro desastre avião de mesmo modelo, da ‘Ethiopian Airlines’, matou 157 pessoas.
Atualmente a Boeing acumula um prejuízo de mais de US$ 31.8 bilhões desde 2019 até o terceiro trimestre de 2024 por conta desses desastres.