Selic a 15% “sufoca a economia”, denuncia Confederação Nacional da Indústria (CNI)
Pela 22ª semana consecutiva os bancos de demais rentistas consultados pelo Banco Central (BC) mantém a projeção da taxa básica de juros (Selic) em 15% no final deste ano, de acordo com o boletim Focus do BC, divulgado nesta segunda-feira (24). Para os bancos, juros abaixo dos dois dígitos, só em 2028, de 9,5%.
Para 2025, a inflação esperada caiu de 4,46% para 4,45%. Há quatro semanas, a projeção estava em 4,56%. Também foram realizados cortes nas expectativas de inflação para 2026, como o ponto médio da projeção caindo de 4,20% para 4,18%.
Desta forma, o juro real (descontada a inflação) deve encerrar o ano de 2025 acima dos dois dígitos, prejudicando os investimentos, o crescimento das atividades produtivas, a economia e, consequentemente, a geração de novos empregos de qualidade no Brasil.
O “mercado” só prevê uma redução dos juros no ano que vem. Para o fim de 2026, a projeção para Selic recuou de 12,25% para 12% ao ano e, para o final de 2027, a estimativa segue em 10,50% ao ano – nível que a taxa se encontrava em setembro de 2024, quando o BC deu início ao ciclo de alta da Selic. Para 2028, os agentes do mercado reduziram a mediana das expectativas da Selic de 10% para 9,5%.
Ou seja, os bancos pressionam para que o Banco Central mantenha os juros em níveis nocivos à economia nos próximos anos, o que deve provocar a estagnação do crescimento econômico do Brasil, ou a queda dele.
Ao manter a taxa Selic em 15% na última reunião do Comitê de Política Monetária, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) alertou que a decisão do BC “sufoca a economia”.
“O crédito está cada vez mais caro por causa da Selic elevada. Segundo o próprio Banco Central, a taxa de juros média cobrada das empresas nas concessões de crédito, considerando as linhas com recursos livres, subiu de 20,6% a.a., em setembro de 2024, quando se iniciou o atual ciclo de altas na Selic, para 24,5% a.a. em setembro de 2025. Para os consumidores, a taxa de juros média das operações de crédito passou de 52,3% para 58,2% a.a., desde setembro do ano passado, considerando apenas os recursos livres”, destacou a entidade da indústria em 5 de novembro.
A projeção do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é de 2,16% para este ano. Em 2026, apenas em 1,78%. Números que estão bem abaixo dos dois primeiros anos do terceiro mandato do presidente Lula (PT). Em 2024, o PIB subiu 3,4% e, em 2023, a alta foi de 3,2%.











