Mas Campos Neto insiste em manter juros nas alturas
A previsão das instituições financeiras para inflação deste ano caiu de 5,80% para 5,71% ao ano, mas o chamado “mercado” manteve a pressão para manter os juros nas alturas, de acordo com o Boletim Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (29), com as projeções de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
A previsão da taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) foi mantida em 12,75% ao ano – nesse patamar há seis semanas consecutivas. O que significa que, pela mediana das projeções, metade das instituições ouvidas pelo BC indicaram uma Selic maior.
Mesmo com a desaceleração da inflação, o Banco Central (BC), liderado por Roberto Campos Neto, tem mantido a Selic em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado, travando a atividade econômica e os empregos no país, ao restringir a demanda de bens e serviços, os investimentos, além de alavancar o endividamento das empresas e das famílias.
Por outro lado, agrava a dívida pública, elevando – via juros – a transferência de renda de toda a sociedade para os bancos e rentistas – por isto, não é à toa tal expectativa do mercado para Selic.
Em abril, a inflação oficial do país ficou em 0,61%, abaixo dos índices de 0,71% alcançado em março e 0,84% em fevereiro, segundo o IPCA calculado pelo IBGE. Nos 12 meses até abril a inflação oficial acumula alta de 4,18%.
Na semana passada, o IBGE divulgou que a inflação voltou a ceder. Segundo O IPCA-15, considerado uma prévia da inflação, registrou uma queda de 0,06 ponto percentual (p.p.) na passagem de abril para maio, variando em alta de 0,51% no período. Nos 12 meses até maio, o índice registrou uma variação de alta de 4,07%, ficando abaixo dos 4,16% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.