A semana começou com queda nas previsões de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Pela primeira vez no ano as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) para elaboração do boletim semanal Focus reduziram as estimativas para abaixo de 2% – determinando que o mercado espera nada muito além do fracassado resultado que a economia teve em 2019 (1,1% de crescimento), a despeito das divagações do ministro da economia, Paulo Guedes, de que o ano seria de crescimento “robusto”.
Este é o primeiro boletim do BC após a divulgação do resultado oficial do PIB do ano passado, que apenas confirmou as consequências da política do ajuste: queda no investimento público e privado, variação de 0,5% do PIB da indústria e consumo mais baixo dos últimos três anos. A queda comparada às expectativas do mercado de uma semana atrás foi brusca, caindo de 2,17% para 1,99%. Com uma economia frágil assim, as perspectivas econômicas estão inclusive sensíveis aos casos de coronavírus no país: da semana passada para essa, 25 casos foram confirmados.
Além do mais, as instabilidades políticas geradas pelos ataques aos princípios democráticos pelo próprio presidente agravam a situação e geram temores que fazem até mesmo as ações negociadas na bolsa de valores tremerem.
Nesta mesma segunda-feira (09) em que a revisão das previsões para a economia foram divulgadas, a Bovespa iniciou em queda de 10% e teve seus negócios interrompidos, num mecanismo chamado “circuit breaker”.
O pânico gerado pela queda nos preços do petróleo do mercado internacional, do qual a política do governo de Bolsonaro insiste em ser subalterno, fez com que o dólar comercial terminasse o dia vendido a R$ 4,726, e o índice Ibovespa em queda de 12%.