Queda de 3,47% em 2021. Banco Mundial prevê 3%, abaixo da média mundial
O mercado financeiro voltou a reduzir a estimativa de crescimento da economia este ano – agora de 3,50% para 3,47%, informou o boletim semanal Focus do Banco Central (BC), nesta segunda-feira (8). Conforme o ano avança, a imunização contra a Covid-19 se mantém em ritmo lento e o governo se exime da responsabilidade de socorrer trabalhadores sem renda e setores da economia, 2021 tem se desenhado como mais um ano perdido.
Se confirmada, as expectativas de crescimento não chegarão perto de recuperar as perdas da pandemia, já que é esperada uma retração da ordem de 4,3% em 2020. O resultado oficial do PIB (Produto Interno Bruto) do ano passado será divulgado no início de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ainda segundo as previsões do boletim, a produção industrial, que caiu 4,5% em 2020, deve crescer 5% este ano – estimativa que estava em 5,02% na semana passada. Para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a expectativa subiu de 3,53% na pesquisa anterior para 3,60%.
Crescimento abaixo da média mundial
Frente aos países que enfrentaram a crise sanitária colocando recursos para que a economia não quebrasse e que andam a passos largos no plano de vacinação, a perspectiva do Brasil sob o governo de Bolsonaro é desastrosa. A previsão para o país em 2021 é menor do que a média que o Banco Mundial prevê para os PIBs do mundo: crescimento entre 4,5% a 5%. O banco prevê que no Brasil o crescimento este ano será ainda menor do que a previsão do Focus: 3%.
Entramos em 2021 com mais de 14 milhões de desempregados e 68 milhões de pessoas sem a renda emergencial, além de ter sido um ano desastroso para a indústria, comércio e serviços.
Por outro lado, o governo Bolsonaro nem pensa em estender o auxílio emergencial, numa situação em que só em janeiro 20 a 25 milhões de brasileiros cruzaram a linha da pobreza.
Segundo circula nos bastidores, o Ministério da Economia estuda uma ajuda de R$ 200 (R$ 10 reais a mais do que já recebem os beneficiários do Bolsa Família) e para um número bem menor de brasileiros, desde de que o Congresso Nacional aprove a pauta recessiva e negacionista de Paulo Guedes de arrocho fiscal.