Como disse The Economist, o abalizado panfleto da família Rothschild, sobre a criptomoeda, “para o infinito e além”. Com juros reais mantidos no vermelho nos EUA, União Europeia e Japão, os especuladores sempre acham outro jeito – uma nova modalidade de bolha – de multiplicar o capital fictício. A bolha do ponto.com não deixou saudade, e menos ainda o crash de 2008, mas o cassino não para.
Agora o bitcoin, a moeda digital de suspeita procedência, que valia menos de US$ 800 há um ano atrás, já cruzou o patamar de US$ 11.000. Quatro dias antes, estava em US$ 9.000. Se isso não é uma bolha, infla como uma bolha, ferve como uma bolha e, claro, não tem vínculo com a economia real. Já há gente comparando a febre do bitcoin com a febre das tulipas do século XVII.
Conforme registrou a vicenews, a decisão da bolsa de Mercadorias de Chicago (CME) de 31 de outubro de “lançar futuros em bitcoins em dezembro deu legitimidade ao bitcoin como ativo negociável, o que analistas acreditam que ajudou a acelerar o salto no preço. A moeda digital está 50% mais elevada desde o anúncio”.
E que salto. Como lembrou o New York Times, o índice industrial Dow Jones teve sua maior alta no ano de 1915, subiu 82% – “ou um décimo do que o Bitcoin aumentou este ano”. Já a vicenews acrescenta que “o valor total dos 16,7 milhões de unidades de bitcoin em circulação agora ultrapassa US$ 160 bilhões, o que coloca sua capitalização de mercado maior do que a IBM, McDonald ou Disney”.
Ou como registrou alguém no twitter:“com US$ 160 bilhões, o valor de mercado do bitcoin acaba de superar a GE. Sim, a GE: fundada em 1892, uma vez a maior empresa do mundo, 295.000 empregados, US$ 123 bilhões em receitas”. Na contramão, o governo chinês, em setembro, determinou o fechamento das “bolsas de bitcoins” que pululavam no país. O CEO do JPMorgan Chase, Jamie, classificou o bitcoin de “fraude”, enquanto instituições financeiras debatem se há outras alternativas úteis para a tecnologia em que se baseia, os “blockchains”.