A fábrica de Embalagens de Vidro da Bolívia (Envibol), inaugurada na última sexta-feira no departamento de Chuquisaca pelo presidente Evo Morales, é a mais moderna da América Latina e vai gerar 150 empregos diretos e mais de mil indiretos. Contando com tecnologia de ponta, a estatal poderá fabricar produtos de alta qualidade até os mais leves.
Localizada no município de Zudáñez, a Envibol necessitou de um investimento de mais de US$ 57 milhões e conta com uma capacidade de produção de 130 toneladas de vidro por dia para produzir garrafas de bebidas e embalagens para alimentos. A fábrica vai produzir 300 mil embalagens diárias e já conta com encomendas da Cervejaria Boliviana Nacional, produtores de vinhos e refrigerantes.
“É uma grande alegria, uma grande festa a entrega desta fábrica”, afirmou o presidente Evo Morales, aplaudido por centenas de moradores da região. A entrega da obra faz parte da Agenda de Maio, em que autoridades nacionais e regionais comemoram o Primeiro Grito Libertário da América de 25 de maio de 1809.
O mandatário destacou que a unidade foi construída com recursos próprios do governo nacional, por intermédio do Fundo para a Revolução Industrial Produtiva (Finpro). “Quero que saibam, sobretudo as novas gerações, esta fábrica foi erguida com dinheiro dos bolivianos, 100% dos bolivianos, não é dos estrangeiros, é com nossos recursos e reservas internacionais”, enfatizou Evo.
Conforme o gerente da Envibol, Oscar Sandy, um grupo de 15 especialistas uruguaios, com pelo menos 30 anos de experiência, capacitarão os técnicos bolivianos até o dia 31 de dezembro, principalmente em relação ao manejo e cuidado das máquinas.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Produtivo, o equipamento é proveniente da França, Itália e Alemanha, os melhores provedores tecnológicos da indústria mundial de vidro.
O ex-presidente do Uruguai, José Mujica, gravou um vídeo com uma saudação, exibida durante o ato de inauguração, em que reiterou o compromisso de Evo em tornar realidade um projeto que “assombra” e confirmou o “salto que está dando a Bolívia” com seu acelerado processo de industrialização.
“É uma atividade industrial firme por suas características, um forno de vidro se acende e se acende definitivamente e não respeita nem os sábados nem domingos, tem que estar aceso porque aquecer o forno de vidro é um trabalho enorme”, frisou Mujica. E acrescentou: “minha saudação ao governo e a meu amigo Evo, minha saudação ao povo boliviano e em última instancia aos trabalhadores da nascente indústria. Cuidem e defendam o que tem que é muito difícil de fazê-lo e não se deve perder a perspectiva do esforço que custou. Muito obrigado e até sempre”.