Bolsolão: TCU identifica R$ 533 milhões em pregões suspeitos na Codevasf

Quem apoiasse aliados de Bolsonaro tiveram direito a indicar obras para serem executadas pela Codevasf. Foto: Divulgação

O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou que a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) realizou 29 pregões, que utilizariam R$ 533 milhões vindos de emendas parlamentares, nos meses anteriores às eleições para a Presidência da Câmara e no Senado.

Os parlamentares que apoiassem os aliados de Jair Bolsonaro também tinham o direito de indicar obras para serem realizadas pela Codevasf, caso que ficou conhecido como “orçamento secreto”. Ao todo, foram R$ 3 bilhões em suborno.

Segundo o TCU, 25 dos 29 pregões para obras da estatal foram realizados entre outubro e novembro de 2020, quando os aliados de Jair Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), foram eleitos para as presidências da Câmara e do Senado.

“Vale ressaltar que os recursos que custeariam estas obras são, majoritariamente, advindos de emendas parlamentares”, diz o relatório do TCU.

O relatório aponta, ainda, que as obras planejadas pela estatal não respondem a demandas essenciais ou estratégicas. Na verdade, elas foram indicadas por parlamentares.

“Observou-se que as planilhas orçamentárias anexas aos pregões não se apoiam em informações essenciais à consecução das obras de pavimentação, tais quais projetos geométrico, de drenagem e de obras de arte corrente, de terraplanagem, de sinalização e de pavimentação, tornando-se incerta a metodologia de discriminação e quantificação dos serviços”, aponta o relatório.

O TCU avaliou que a falta de critérios e estudos sobre as obras podem fazer com que elas tenham sido “superestimadas”. “Aparentemente não continham embasamento técnico suficiente, havendo fundado risco de haver “superestimativas nos serviços”.

O deputado federal Elmar Nascimento (DEM-BA), que foi quem indicou para Bolsonaro o diretor-presidente da Codevasf, Marcelo Moreira, agora está tentando passar para a estatal novas obras e orçamentos.

No relatório oferecido à MP que tenta privatizar a Eletrobras, Elmar Nascimento sugeriu que as obras de revitalização das bacias do Rio São Francisco e Rio Parnaíba sejam geridas pela Codevasf.

No parecer anterior, seria criado um comitê gestor.

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