
O “inelegível” elogiou decisões de Trump contra o Brasil e clamou por intervenção americana no país. Projeto da facção, em discussão na Câmara, visa garantir impunidade aos golpistas e incentivar terroristas e depredadores
Nos últimos dias a demagogia e o farisaísmo bolsonarista estão sendo desmascarados de forma avassaladora. Eles se fingiam de “patriotas”, mas estão aplaudindo eufóricos os ataques de Donald Trump à soberania nacional e às empresas brasileiras, principalmente as fabricantes de aço, alumínio, etanol e suco de laranja. Sem falar de sua vergonhosa bajulação ao oligarca Elon Musk, que ofende os brasileiros e desrespeita abertamente a Justiça do país.
DESPREZO PELO BRASIL
O desprezo da família de Bolsonaro pelo Brasil e o povo brasileiro é tão grande que o filho “03” de Jair Bolsonaro chegou ao cúmulo de largar o mandato de deputado federal por São Paulo e se mudar para os Estados Unidos. Abandonou o Brasil e foi com a família morar nos EUA para poder tietar mais de perto o seu guru, Donald Trump. E o pior é que ele não foi só bajular. Como ele mesmo disse, foi tramar contra o Brasil. Passou a interferir diretamente junto ao governo americano para tomar medidas em prejuízo do Brasil.
Poucas vezes se viu na história brasileira um caso tão escandaloso de traição à Pátria. Eduardo Bolsonaro – com respaldo de toda sua família – pediu publicamente sanções do governo americano contra a economia do Brasil. Atacou a Corte Suprema brasileira e seus integrantes e açulou a Casa Branca a desrespeitar as decisões da Justiça do Brasil. Ou seja, o ex-deputado pediu uma intervenção dos EUA nos assuntos internos do país. Esse é o “patriotismo” bolsonarista. Não por acaso, seu pai já fazia continência para a bandeira americana.
Os aplausos dos bolsonaristas a Donald Trump não são apenas pelos ataques do bufão da Casa Branca ao Brasil e ao resto do mundo. Eles aplaudem também a destruição dos parcos serviços públicos que ainda restavam naquele país. Vibram com o ódio de Trump ao povo americano mais simples, que tanto necessitam desses serviços. As demissões de dezenas de milhares de médicos, enfermeiros e servidores de educação, anunciadas por Trump e Elon Musk, foram vistas por Bolsonaro como um grande exemplo a seguir.
QUER IMITAR TRUMP
Confirmando que o que une os fascistas brasileiros a Trump é o desprezo pelo povo, Bolsonaro chegou a dizer recentemente que faria o mesmo que Donald Trump, se por acaso um dia voltasse ao governo. A diferença é que Trump é imperialista, xenófobo e expansionista e quer subjugar o mundo. Já Bolsonaro é um fascista da periferia, ou seja, é um entreguista contumaz e só pensa em agradar o seu senhor. Ainda bem que ele está inelegível porque, caso contrário o serviçal entregaria o Brasil inteiro aos EUA.
Para se ter uma ideia, no último domingo, dia 6 de abril, Jair Bolsonaro disse em alto e bom som, durante comício em defesa da impunidade de terroristas na avenida Paulista, no centro de São Paulo, que está confiante numa intervenção americana no Brasil. A frase literal do “puxa-saco” de Trump foi a seguinte: “Tenho esperança que venha alguma coisa de fora para cá”, disse Bolsonaro, referindo-se ao governo dos Estados Unidos.
Não bastou o “03” instigar lá de dentro a intromissão americana nos assuntos do Brasil, ele próprio achou por bem pedir diretamente da Paulista que a soberania do país seja desrespeitada por Trump. O fato concreto é que todo esse escancaramento a Trump ocorre porque dentro de alguns dias o golpista será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A denúncia da Polícia Federal, aceita pela Corte, é de tentativa de golpe de Estado e plano para assassinar autoridades. O plano foi chefiado por Jair Bolsonaro e seu círculo de cúmplices e incluía a decretação de estado de emergência, o fechamento da Justiça, tanto Supremo, quanto Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o assassinato do presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice, Geraldo Alckmin e o presidente do TSE, Alexandre de Moraes.
LIVRAR TROGLODITAS
Uma outra máscara bolsonarista que também já foi destroçada é a de “paladinos da moralidade”. Esbravejavam que todos os bandidos deviam ir para a cadeia. Que bandido bom é bandido morto, etc. Mas, recentemente lançaram um projeto de lei para livrar estupradores. E, pior, não só queriam livrar estupradores como pediam penas duras para as vítimas de estupro. Era uma lei claramente para punir as vítimas de estupro e beneficiar os criminosos.
No Brasil, o aborto é permitido para vítimas de estupro, mas os bolsonaristas queriam colocar as vítimas de estupro na cadeia. O projeto foi tão escandaloso e indignou tanto a sociedade que eles tiveram que recuar. Mas agora, voltaram a defender abertamente os bandidos. Nos últimos dias, estão em campanha para soltar os trogloditas que destruíram Brasília no dia 8 de janeiro de 2023.
O Brasil inteiro assistiu aos atos criminosos. Nada ficou de pé nas sedes dos Três Poderes, na capital federal. Soldados quase morreram defendendo o patrimônio público. O prejuízo passou de R$ 20 milhões. Mas, os bolsonaristas querem que o Congresso Nacional dê a eles a impunidade pelos crimes que cometeram.
CHEFE DA TRAMA
O pior é que eles escondem atrás da campanha pela impunidade aos bandos invasores do dia 8 de janeiro – muitos deles já julgados -, o seu real objetivo. O que eles querem, mesmo, é tentar livrar o chefe da trama golpista, Jair Bolsonaro, e seus cúmplices, da cadeia.
Só que as provas da tentativa de golpe e os planos para assassinar autoridades são tão robustas e incontestáveis que essa meta dos bolsonaristas é irrealizável. Eles não têm como se defender. Por isso, querem anistia. Só que isso não é anistia, isso chama-se impunidade para criminosos. Soltá-los seria um estímulo para novas tramas.
Mensagens da campana contra Alexandre de Moraes para sequestrá-lo e matá-lo foram obtidas pela Polícia Federal durante as investigações. Os depoimentos do ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, são contundentes e demolidores. A condenação, portanto, é praticamente certa. É por isso que Bolsonaro rasga a máscara da patriotada e se oferece escandalosamente a Trump. Ele oferece transformar o Brasil em quintal dos EUA em troca do apoio do americano à sua impunidade.
SÉRGIO CRUZ